sábado, 6 de abril de 2013

Nem Concreto, Nem Abstrato


Dúvida eterna como novo estado físico da matéria. Descoberta sendo feita aos poucos. Existiu ou não? Como uma aparição que de rápida se perdeu. E uma impressão suave se escondeu em algum canto bem discreto. Vamos esquecer isso por enquanto. E se o vôo foi ilusão ou verdade pouco importa. Ele aconteceu em nós mesmo e isso basta. Não vimos o viajante em escaldantes areias de nosso deserto. Mas suas pegadas lá estão. Em linha quase reta. Às vezes vacilante. Indo sempre sem saber onde. E indo e indo. Detalhes podem ser bonitos e serem maus. Eles nos distraem daquilo que queremos ou precisamos. As máquinas do tempo andam em falta no mercado. Não podemos esperar tanto tempo na fila. As moedas estão caindo do bolso. Os bolsos não estão furados. É assim mesmo. Pensemos nisso com carinho. Enquanto vemos as bandeiras brancas hasteadas o sol de qualquer lugar. Nada tememos ou quase nada. Somente o que não há nos amedronta. E todas as coisas existem. Fantasmas vindo da Nova Zelândia no primeiro vôo comercial. Bactérias novas de letalidade comprovada em caso de ocasional riso. Batatas geneticamente modificadas que estimulam o apreço por poetas parnasianos esquecidos da mídia eletrônica da Nova Guiné. Câmeras de vídeo encontradas num nicho arqueológico de neanderthals usada em shows musicais alternativos. Tudo existente ou não. Tudo num inconsciente coletivo individual. Dividido de forma mais que justa. Um pra você e um pra mim. O café está frio. Mas bebemos assim mesmo. A vida está por aí e insiste até a exaustão. O último fôlego. O último suspiro e depois os brigadeiros. Eu descobri a chave mágica. Agora só faltam as fechaduras. Eu descobri a língua das flores. Falam de sexo o tempo todo e isso é muito bom. Nada escrevi. Somente vocês é que leram. Nada pensei. Só os sentimentos vêm à tona em gestos destituídos de qualquer programa. São águas. Elas são mais consistentes que as pedras. Nunca param para descanso. Mesmo quando em copos ou garrafas. Estão lá e aos poucos irão em outros passeios. Não escolha palavras. Essa é uma tarefa difícil e estressante. Escolha os dias para sorrir em todos eles. As piadas são consentimentos que fazemos para nós mesmos. Devemos rir até mesmo no front. E quando a graça acabar poderemos rir disso também. Bill Bones ri de tudo. Até mesmo quando chora ou vai a seu próprio funeral. Até o próprio tempo tem suas hesitações. Ele costuma fazer anotações que nem mesmo ele consegue decifrá-las. Os pajés estão dormindo porque hoje é dia de folga. Nossas pulsações estão irregulares porque esquecemos de pagar a conta. Vivemos esquecendo de vitais sinais. Até os poetas erram nisso. Mas são humanos e é o que se pode fazer. Sem motivos para escrever fica mais fácil. Ou ter rendas nos punhos das mangas. Sejamos honestamente desonestos. Ou desonestamente honestos. Isso é de acordo com a previsão de chuva ou de sol. O sol poderia ter insônia e passear um pouco nos dias de folga da lua. Ao invés de ficar em casa resolvendo palavras cruzadas. Um grande quebra-cabeça é montado todos os dias. Mas a crueldade do vento o anima para misturar as peças sempre que o final se aproxima. Mostre-me aí quanto lhe devo. Obrigado. Era só isso. Nunca temos real previsão de quando pagaremos. Mas será exatamente no dia que acontecer. Mas tudo acontece. Mesmo quando a lente estava virada para o outro lado. Era dia de passeata por melhoria das condições de sonhar e acabamos nem vendo. Era dia de derrubar alguns lobos de seus pedestais e isso aconteceu. Não se desespere ainda. A esperança mandou dizer que seu check-up correu bem. E viverá ainda mil e mais mil e quanto ainda der no relógio. E caberá a cada um esperá-la como melhor lhe aprouver. É assim que as coisas funcionam. Sem mais delongas ou protocolos.

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Poesia Gráfica LXXXVI

T U A T R A N Ç A T O D A D A N Ç A T U D O A L C A N Ç A F E R O Z E M A N S A ...............................................................