Há várias formas em uma só. E na dicotomia de bem e mal a eterna aparência. Somos o que somos – pura contradição em detalhes inocentes e sórdidos. Não mexa aí. Deixe o coração desprevenido para eternas surpresas. Guarde-as com carinho tal qual o menino guardava brinquedos e gudes. É hora. Em letras garrafais todas as mentiras. Viram onde deixei minha alma? Quem a achar favor devolvê-la na encruzilhada mais próxima. As ruas cruzam. E os destinos brincam de esconde-esconde. Não faz mal se o relógio pensa que manda. Nós é que somos o bobo-da-corte. E nós é que rimos das verdadeiras piadas que não são contadas. Pense nisso: pensar é necessário mesmo quando dói. E duvidar é prerrogativa de todo acertar mesmo se são inúmeras as tentativas de qualquer um parto. Não anseie pelo amanhã. Nem pelo ontem. Os únicos papéis que devemos querer são para pipas e balões. Não foi dessa vez então seja de quantas vierem. Os músicos não se cansam e as cordas ainda não se romperam. E a dor acaba anestesiando a si mesma. Nem sempre a vitória foi o melhor caminho e os prêmios também acabam um dia. Era um rosto tão lindo com seus detalhes e hoje uma cara de lua. Ainda bem que o amor fugiu de mim. Seria menos louco e riria menos. Seria mais comportado e sem histórias para contar. Tragam meu chá por favor. Com a solenidade necessária para todos os fatos corriqueiros. Venham em passos leves para não fazer barulho. Eu preciso escutar o vento sempre. É um dos poucos compromissos que dá gosto fazer. O outro é ver os reflexos nas águas que passam entre as pedras ou brincam de vaivém em qualquer cais por aí. Dê-me um beijo coberto de ternura. Se necessário coloque um pouco de malícia no final e não me importarei. A ternura cegará momentaneamente meus olhos como faz a todos. É um piscar de olhos e pronto. O suspiro fica por minha conta. Sou rude. Mas ainda o que acho necessário. E nas vezes que tentei fazê-lo ainda não deu certo. Tentarei outras vezes ou me cansarei de repetidas estações. O sorriso dividiremos a conta. E se inesperadamente não o tiveres eu o tenho. Na próxima vez eu cobro. Lembro de tudo. Até mesmo daquilo que esqueci. A mente tira folga. A alma faz serão. A mente esqueceu que era dia de teste. A alma elaborou as questões. O dia corre. Pensa sempre nos encontros que perdeu com a lua. Foi por causa do sol que o parou para conversar e relatar em primeira mão interessantes e repetidos fatos. O alvo convida a seta. E a timidez desta faz que muitas vezes tropece em sua pressa e erre. Não tem importância. As coisas importantes sempre acontecem para não serem notadas. Se fossem perderiam seu valor. As flores do jardim cumprem seu papel. Contudo a que estava no mato foi voluntária de eternas salvações. Desculpe o mau jeito. Os sós nunca sabem quando devem chegar porque sabem que mais cedo ou mais tarde pegarão seu caminho novamente. E esses nunca olham para trás para saberem se serão chamados de volta ou receberão pelo menos um adeus de até breve. Eles nunca voltam. Eles nunca sabem e não saber significa nesse caso saber tudo. Não tente entender. O ar que invade os pulmões foi sorvido sem que mostrasse sua procedência. Vamos nos banquetear com o que de verdadeiro existe. Corações que não são os nossos nos alegrarão muito mais. Seremos ilhas de nós mesmos desde que haja um farol nelas. De resto nada importa. Palavras são dignas de admiração. Mas os pés são mais felizes. E mãos são mais sábias. Trocamos de roupa e a pele é teimosa em permanecer. Não discutamos sobre isso. Toda pergunta traz sua resposta oculta. Assim como pilhas sobressalentes no bolso. Vai que falte. Não discutamos mais sobre isso. As fogueiras já acabaram e os mártires agora são outros. Perdeu-se muito tempo. Galileu tinha razão e pronto. E há mais sonhadores chegando todos os momentos em outras naves...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Concreto Porém Abstrato
Há várias formas em uma só. E na dicotomia de bem e mal a eterna aparência. Somos o que somos – pura contradição em detalhes inocentes e sórdidos. Não mexa aí. Deixe o coração desprevenido para eternas surpresas. Guarde-as com carinho tal qual o menino guardava brinquedos e gudes. É hora. Em letras garrafais todas as mentiras. Viram onde deixei minha alma? Quem a achar favor devolvê-la na encruzilhada mais próxima. As ruas cruzam. E os destinos brincam de esconde-esconde. Não faz mal se o relógio pensa que manda. Nós é que somos o bobo-da-corte. E nós é que rimos das verdadeiras piadas que não são contadas. Pense nisso: pensar é necessário mesmo quando dói. E duvidar é prerrogativa de todo acertar mesmo se são inúmeras as tentativas de qualquer um parto. Não anseie pelo amanhã. Nem pelo ontem. Os únicos papéis que devemos querer são para pipas e balões. Não foi dessa vez então seja de quantas vierem. Os músicos não se cansam e as cordas ainda não se romperam. E a dor acaba anestesiando a si mesma. Nem sempre a vitória foi o melhor caminho e os prêmios também acabam um dia. Era um rosto tão lindo com seus detalhes e hoje uma cara de lua. Ainda bem que o amor fugiu de mim. Seria menos louco e riria menos. Seria mais comportado e sem histórias para contar. Tragam meu chá por favor. Com a solenidade necessária para todos os fatos corriqueiros. Venham em passos leves para não fazer barulho. Eu preciso escutar o vento sempre. É um dos poucos compromissos que dá gosto fazer. O outro é ver os reflexos nas águas que passam entre as pedras ou brincam de vaivém em qualquer cais por aí. Dê-me um beijo coberto de ternura. Se necessário coloque um pouco de malícia no final e não me importarei. A ternura cegará momentaneamente meus olhos como faz a todos. É um piscar de olhos e pronto. O suspiro fica por minha conta. Sou rude. Mas ainda o que acho necessário. E nas vezes que tentei fazê-lo ainda não deu certo. Tentarei outras vezes ou me cansarei de repetidas estações. O sorriso dividiremos a conta. E se inesperadamente não o tiveres eu o tenho. Na próxima vez eu cobro. Lembro de tudo. Até mesmo daquilo que esqueci. A mente tira folga. A alma faz serão. A mente esqueceu que era dia de teste. A alma elaborou as questões. O dia corre. Pensa sempre nos encontros que perdeu com a lua. Foi por causa do sol que o parou para conversar e relatar em primeira mão interessantes e repetidos fatos. O alvo convida a seta. E a timidez desta faz que muitas vezes tropece em sua pressa e erre. Não tem importância. As coisas importantes sempre acontecem para não serem notadas. Se fossem perderiam seu valor. As flores do jardim cumprem seu papel. Contudo a que estava no mato foi voluntária de eternas salvações. Desculpe o mau jeito. Os sós nunca sabem quando devem chegar porque sabem que mais cedo ou mais tarde pegarão seu caminho novamente. E esses nunca olham para trás para saberem se serão chamados de volta ou receberão pelo menos um adeus de até breve. Eles nunca voltam. Eles nunca sabem e não saber significa nesse caso saber tudo. Não tente entender. O ar que invade os pulmões foi sorvido sem que mostrasse sua procedência. Vamos nos banquetear com o que de verdadeiro existe. Corações que não são os nossos nos alegrarão muito mais. Seremos ilhas de nós mesmos desde que haja um farol nelas. De resto nada importa. Palavras são dignas de admiração. Mas os pés são mais felizes. E mãos são mais sábias. Trocamos de roupa e a pele é teimosa em permanecer. Não discutamos sobre isso. Toda pergunta traz sua resposta oculta. Assim como pilhas sobressalentes no bolso. Vai que falte. Não discutamos mais sobre isso. As fogueiras já acabaram e os mártires agora são outros. Perdeu-se muito tempo. Galileu tinha razão e pronto. E há mais sonhadores chegando todos os momentos em outras naves...
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