Vamos brincar de deuses. Vendo as oferendas em frente da tela. Que nos colocam em retribuição ao que fazemos no dia a dia. As intermináveis liquidações e seus enigmas. Os seus misteriosos artefatos sem ter porquê. As misteriosas coisas sem pé nem cabeça. O carro potente que levará à uma vitória sem batalha. Em que milhões de megatons serão colocados em balões incendiários e incendiados. Vamos brincar de deuses. Adivinhando os números sorteados em fantásticos concursos. As curvas de bundas que deram certo. As novas que não existiram. As verdades inventadas de improviso para o público consumidor. Somos o que somos: uma grande invenção posta no mercado sem patente. Indescritíveis em qualquer folheto. Insondáveis para qualquer divã. As olheiras de uma noite mal dormida e de uma oportunidade mal aproveitada. Vamos brincar de deuses. Deuses que o pulo da laje leva ao chão. O furo de reportagem leva ao caos. E as litanias surgem de novas gírias. É a moda de ser originalmente original. De ser imoralmente bom quando necessário. Ser chique ao ser ridículo. E dormir com seus medos debaixo do travesseiro. De manhã pegá-los novamente. Deuses que sonham e pesadelam mais. Que transferem suas culpas ao primeiro que aparece. Mea culpa sem desculpa e sem culpa. Paradoxalmente humano. Com todos os preconceitos que o direito exige. Muita cerveja e muita gasolina. Santos bonés sacerdotais de propaganda. Vamos brincar de deuses. Imortalmente mortais. Contraditórios ou não tanto. Como em versos soltos em qualquer rua dessas. Os papéis em quase branco que o vento leva. Eram novas de ontem talvez. Mas não bastou. Queremos velhas novidades de amanhã. Incensos das chaminés das fábricas. Protestos ao gosto de cada um. Indignação sem ação. Vamos brincar de deuses. Já entendiados de tanta imortalidade...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Brincando de Deuses
Vamos brincar de deuses. Vendo as oferendas em frente da tela. Que nos colocam em retribuição ao que fazemos no dia a dia. As intermináveis liquidações e seus enigmas. Os seus misteriosos artefatos sem ter porquê. As misteriosas coisas sem pé nem cabeça. O carro potente que levará à uma vitória sem batalha. Em que milhões de megatons serão colocados em balões incendiários e incendiados. Vamos brincar de deuses. Adivinhando os números sorteados em fantásticos concursos. As curvas de bundas que deram certo. As novas que não existiram. As verdades inventadas de improviso para o público consumidor. Somos o que somos: uma grande invenção posta no mercado sem patente. Indescritíveis em qualquer folheto. Insondáveis para qualquer divã. As olheiras de uma noite mal dormida e de uma oportunidade mal aproveitada. Vamos brincar de deuses. Deuses que o pulo da laje leva ao chão. O furo de reportagem leva ao caos. E as litanias surgem de novas gírias. É a moda de ser originalmente original. De ser imoralmente bom quando necessário. Ser chique ao ser ridículo. E dormir com seus medos debaixo do travesseiro. De manhã pegá-los novamente. Deuses que sonham e pesadelam mais. Que transferem suas culpas ao primeiro que aparece. Mea culpa sem desculpa e sem culpa. Paradoxalmente humano. Com todos os preconceitos que o direito exige. Muita cerveja e muita gasolina. Santos bonés sacerdotais de propaganda. Vamos brincar de deuses. Imortalmente mortais. Contraditórios ou não tanto. Como em versos soltos em qualquer rua dessas. Os papéis em quase branco que o vento leva. Eram novas de ontem talvez. Mas não bastou. Queremos velhas novidades de amanhã. Incensos das chaminés das fábricas. Protestos ao gosto de cada um. Indignação sem ação. Vamos brincar de deuses. Já entendiados de tanta imortalidade...
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