Tenho uma flor entre os dedos - é plástico
Tenha uma vida entre os medos - é drástico
Só tenho tristezas para contar - nem conte
E só me resta atravessar - a ponte
Tenho teu rosto ante meus olhos - é foto
Tenho a solidão como companhia - é fato
E se os luzes não se acenderam - nem noto
É como se suicidar continuando vivo - no ato
Mas mesmo assim me escutem - eu grito
E mesmo se as pernas estão doendo - eu danço
O céu agora está escurecendo - é bonito
E a primeira estrela que aparecer - alcanço
Tenho uma promessa de amor - é morta
De um carinho inocente e terno - é tesão
E no fim deste escuro corredor - uma porta
E atrás da porta a mesma coisa - solidão
E se chega a mesma noite - não durmo
E na cama vem aquela agonia - viro de lado
E nem paro pra contar os cigarros - que fumo
E nem consigo descobrir o porquê - deu tudo errado
Mas mesmo assim me escutem - eu grito
E mesmo com os pés cansados - caminho
O céu agora está escurecendo - é infinito
E talvez um dia vá para lá - sozinho...
Lindo, poeta!
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