segunda-feira, 2 de julho de 2012

Poesia, Poesia


O sangue que corre nas veias. Quente na manhã fria. Poesia, poesia. E os meus olhos olhando. E vendo o que não mais via. Poesia, poesia. E meus pés que vão andando. Por uma estrada vazia. Poesia, poesia. E eu não tendo mais sonhos. E, afinal, quem teria? Poesia, poesia. O que não mais sei fazer. Em vão aguardar alegria. Poesia, poesia. O que eu vejo no alto? O começo do fim do dia. Poesia, poesia. Que fiquem guardados pra sempre. Aquilo que a alma dizia. Poesia, poesia. Do nada vindo do nada. Somente uma canção vadia. Poesia, poesia. Em tudo há de tê-la. Até onde não havia. Poesia, poesia. Muita coisa se perdeu. Mas mesmo assim havia. Poesia, poesia. Até onde a mente. Por si só recusaria. Poesia, poesia. Sem medo, sem preconceito. Sem nenhuma hipocrisia. Poesia, poesia. Tenho tantos motivos. É mar ou é maresia? Poesia, poesia. Estreitos becos, também caminhos. Sina capaz, picardia. Poesia, poesia. Guerra, estado de sítio. A mesma idiossincrasia. Poesia, poesia. Sentir dentro de mim. Mais que psicografia. Poesia, poesia. Em mil cenas registradas. Muita fotografia. Poesia, poesia. Cinema de domingo. Roda-gigante que subia. Poesia, poesia. As cartas na mesa. Como ninguém queria. Poesia, poesia. O improvável e o insólito. E outros tons de folia. Poesia, poesia. Vamos beber deste vinho. A loucura será nosso guia. Poesia, poesia. A novela na tela. A louça suja na pia. Poesia, poesia. A moda mais brega. É a maior fantasia. Poesia, poesia. Foram muitas coisas. Os doces de minha tia. Poesia, poesia. Não vejo mais estas ondas. Mas sinto a maresia. Poesia, poesia. O que eu quero. Você queria. Poesia, poesia. Minha testa ainda arde. E não é hipocondria. Poesia, poesia. O mapa-mundi. E a nova caligrafia. Poesia, poesia. O sangue corre nas manhãs. Quente na minha veia fria. Poesia, poesia...

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