A bondade fere mais do que
cura. Depende de onde. De quando. E por que.
É da outra bondade que eu falo. A bondade cuja origem
é o mal. A bondade que cortou o sonho. Que calou o riso. Que nos colocou na
cama. Antes que a festa acabasse. A bondade que nos quis moldar ao seu jeito –
para o nosso bem. Esta não é bondade. É a maldade em seu mais alto grau. Como
um veneno que se põe açúcar para se dizer agradável.
Como a disciplina que só cria tolos. Como a ordem para
a preservação. Do nada.
Vês aqueles muros,
senhores? E aqueles castelos adiante também? Não se iludam. Podereis tocá-los.
Podereis senti-los. Acariciá-los ou se ferirem com cada uma de suas pedras. Mas
somente isto. Na verdade o que existe são seus olhos. E o tempo deles já passou
antes mesmo que viessem...
Deixem que a nota destoe.
Que o conjunto da obra seja diferente e soe mal ao que não quer. O mundo não
foi feito de regras. Mas de exceções. Muitos santos queimaram nas fogueiras. Até
hoje os tribunais desculpam-se de seus erros. E juram descaradamente boas
intenções.
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