Nas manhãs de domingo encontram-se manhas. Manhas que só o próprio dia conhece. Manhas que só tempo sabe fazer.
Depois de um sono sem
pesos, a preguiça dos olhos é finalmente dominada e acordamos.
Como está o tempo?
Se chove, vem a desculpa
que outros bons domingos virão. Se não chove, foi um bom domingo que veio.
Pois bem. Mas toda exceção
tem uma regra. Há domingos que se parecem dias de semana. E isso também é bem
triste. É quando não temos mais nada para esperar. Nada encanta em nossa volta.
É quando o cotidiano entrou pelos nossos poros como um veneno ou como a falta
de riso. Nesse caso, grave está o paciente e mesmo que houvesse remédio, não ia
querer tomar.
Já os feriados são como
bufões, loucos por si mesmos e não precisam de nós, não precisam de ninguém. Os
esperando com ansiedade ou não, tanto faz.
A coisa mais triste é o
outro dia. Que por mais que seja bom não foi feriado. Ou então é segunda (a não
ser que o feriado seja este). Que por mais que tenha sol, este não nos dá.
Não temos o sol, não
temos! Ainda que nos atinja em cheio, é nossa rotina que nos acompanha, ou
melhor, nos persegue. Não temos o sol, não temos! Ele nos ilumina como uma
grande lâmpada, só isso. E nos lembrará constantemente que somos os que somos
na realidade: frustrados humanos...
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