terça-feira, 17 de julho de 2012

Domingos e Feriados


Nas manhãs de domingo encontram-se manhas. Manhas que só o próprio dia conhece. Manhas que só tempo sabe fazer.
Depois de um sono sem pesos, a preguiça dos olhos é finalmente dominada e acordamos.
Como está o tempo?
Se chove, vem a desculpa que outros bons domingos virão. Se não chove, foi um bom domingo que veio.
Pois bem. Mas toda exceção tem uma regra. Há domingos que se parecem dias de semana. E isso também é bem triste. É quando não temos mais nada para esperar. Nada encanta em nossa volta. É quando o cotidiano entrou pelos nossos poros como um veneno ou como a falta de riso. Nesse caso, grave está o paciente e mesmo que houvesse remédio, não ia querer tomar.
Já os feriados são como bufões, loucos por si mesmos e não precisam de nós, não precisam de ninguém. Os esperando com ansiedade ou não, tanto faz.
 Eles vêm em cena em seu tempo certo, mas não se engane, não vieram para declamar um poema todo perfeito que sabem de cor. Vieram com uma folha quase em branco na mão com somente um título. O improviso é com eles.
Mas domingos e feriados possuem muita coisa em comum. São quase irmãos, primos deste ou daquele grau que se conhecem. Sem falar que às vezes, ambos vêm no mesmo tempo. Aí, nem mesmo o sábio saberá. O feriado caiu num domingo? Ou o domingo caiu num feriado?
A coisa mais triste é o outro dia. Que por mais que seja bom não foi feriado. Ou então é segunda (a não ser que o feriado seja este). Que por mais que tenha sol, este não nos dá. 
Não temos o sol, não temos! Ainda que nos atinja em cheio, é nossa rotina que nos acompanha, ou melhor, nos persegue. Não temos o sol, não temos! Ele nos ilumina como uma grande lâmpada, só isso. E nos lembrará constantemente que somos os que somos na realidade: frustrados humanos...

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