Não que eu veja moinhos de
vento. Sei que existem. Mas não os vejo. Vejo a sorte. A lida. A vida. A morte.
O periquito do realejo. E quando ando nesta cidade. Me dá saudade. De coisas
que nunca aconteceram. De sonhos que cresceram. Como frutas que não comenos.
Isso é de menos. Há mais venenos. Me acompanhe amigo. Que eu te digo. Fórmulas
exatas. Por trinta pratas. As mesmas que foram o meu preço. Se eu mereço. Isso
ou mais um pouco. E fico louco. De voar entre os edifícios. Como é difícil.
Fazer propostas que eu mesmo não sei onde vai dar. É devagar. Quase parando.
Quase não me escondendo. E vou morrendo. Quanto mais vivo fico. Me sacrifico. Faço
piadas de qualquer drama. Ninguém me ama. E nem ninguém irá ao meu enterro.
Qual foi o erro? Foi fazer um carnaval em cada esquina. Quebrem a rotina. Eu
nunca mais vou usar azul. Eu fico nu. Em frente ao Planalto. Em frente ao Papa.
Em frente ao lobo. Eu sou o bobo. Eu sou palhaço. Me dê um abraço. Me falta
espaço. Porque a vida é pequena. Que nem arena. Me tenha pena. Que eu prometo
que não demoro nem segundo. Te dou o mundo. Te dou o sol. As estrelas. E os
planetas. Também cometas. Me faz caretas. Faz pose pra fotografia. Acenda o
dia. Acende a cena. Que eu te levo no cinema. Pra ver qualquer um tango em qualquer Paris.
Me pede bis. Que eu desenho traços longos a nossa ponte. Eu
tenho um monte. De bons motivos pra te amar sem ser amado. Tá tudo errado. Qual
é o lado? Da moeda que jogaram em minha veste. Cabra da peste. É a cabra é
cobra. E ainda sobra. Inspiração pra mil versos espaçados. Vidros quebrados. E
o sol entrando pela janela. Face mais bela. Eu atenho nos detalhes fascinantes.
Por uns instantes. E quero fugir numa carreira. Eu dei bobeira. Entrei na
festa. E não sabia o que que era. Solte a fera. Leão? Pantera? Ou é o ursinho?
Aquele que te acompanha quando está sozinho. Tome um carinho. Tome um gole. Não
é mole ser careta. Mas não é treta. O que embriaga. E que me esmaga. É tudo
isso. É andar e andar. E o compromisso. É mostrar a vida. E correr. Sem te
esquecer. São poucos anos. E tantos planos. Queu não sei no que vai dar. O que
que há? Não há mais jeito. No meu peito. E a contagem regressiva começou. Não
sei quem sou. E borboletas ainda voam no quintal. É menos mal. E se não voltar
hoje. No carnaval. Venho te buscar. E nesse dia. Dia quente. Diferente a gente
não vai mais se separar...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
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Alguns Poemetos Sem Nome N° 322
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