terça-feira, 17 de julho de 2012

Canção Urbi et Orbi pra Você


Não que eu veja moinhos de vento. Sei que existem. Mas não os vejo. Vejo a sorte. A lida. A vida. A morte. O periquito do realejo. E quando ando nesta cidade. Me dá saudade. De coisas que nunca aconteceram. De sonhos que cresceram. Como frutas que não comenos. Isso é de menos. Há mais venenos. Me acompanhe amigo. Que eu te digo. Fórmulas exatas. Por trinta pratas. As mesmas que foram o meu preço. Se eu mereço. Isso ou mais um pouco. E fico louco. De voar entre os edifícios. Como é difícil. Fazer propostas que eu mesmo não sei onde vai dar. É devagar. Quase parando. Quase não me escondendo. E vou morrendo. Quanto mais vivo fico. Me sacrifico. Faço piadas de qualquer drama. Ninguém me ama. E nem ninguém irá ao meu enterro. Qual foi o erro? Foi fazer um carnaval em cada esquina. Quebrem a rotina. Eu nunca mais vou usar azul. Eu fico nu. Em frente ao Planalto. Em frente ao Papa. Em frente ao lobo. Eu sou o bobo. Eu sou palhaço. Me dê um abraço. Me falta espaço. Porque a vida é pequena. Que nem arena. Me tenha pena. Que eu prometo que não demoro nem segundo. Te dou o mundo. Te dou o sol. As estrelas. E os planetas. Também cometas. Me faz caretas. Faz pose pra fotografia. Acenda o dia. Acende a cena. Que eu te levo no cinema. Pra ver qualquer um tango em qualquer Paris. Me pede bis. Que eu desenho traços longos a nossa ponte. Eu tenho um monte. De bons motivos pra te amar sem ser amado. Tá tudo errado. Qual é o lado? Da moeda que jogaram em minha veste. Cabra da peste. É a cabra é cobra. E ainda sobra. Inspiração pra mil versos espaçados. Vidros quebrados. E o sol entrando pela janela. Face mais bela. Eu atenho nos detalhes fascinantes. Por uns instantes. E quero fugir numa carreira. Eu dei bobeira. Entrei na festa. E não sabia o que que era. Solte a fera. Leão? Pantera? Ou é o ursinho? Aquele que te acompanha quando está sozinho. Tome um carinho. Tome um gole. Não é mole ser careta. Mas não é treta. O que embriaga. E que me esmaga. É tudo isso. É andar e andar. E o compromisso. É mostrar a vida. E correr. Sem te esquecer. São poucos anos. E tantos planos. Queu não sei no que vai dar. O que que há? Não há mais jeito. No meu peito. E a contagem regressiva começou. Não sei quem sou. E borboletas ainda voam no quintal. É menos mal. E se não voltar hoje. No carnaval. Venho te buscar. E nesse dia. Dia quente. Diferente a gente não vai mais se separar...

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