segunda-feira, 16 de julho de 2012

Mistérios


Grandes mistérios, coisas simples. E o enigma sobre os dinossauros pode ser resolvido em jogo de amarelinha. Grandes opiniões, ciência dos loucos. Há flores pelo quintal e queremos o choro de todos os outros. Dêem-me palavras tortas e bonitas e saberei como cantá-las.
Grandes mistérios, um sucesso a mais. E tudo que se aprendeu feito em cinzas. Grandes conceitos, tudo virando pó. Há boas intenções aos montes e faltam-lhes plausíveis razões. Dêem-me blasfêmias modernas e eu as transformarei em preces.
Nada, possivelmente nada ou quase nada tem o tamanho do seu valor. E aí reside nosso erro. Nada que vem aos nossos olhos tem cor. E nada que é mais concreto do que aquilo que sentimos. Os deuses riem quando falamos algo sério e triste e se iram com nossas orações tortas.
Rosas parecem vermelhas, violetas parecem azuis. Cada gole que eu bebo, me leva embora para nunca mais voltar. Cada vez que enlouqueço, a verdade vem me visitar. Cada vez que respiro, a vida vem me lembrar.
Grandes mistérios, coisas simples. Uma canção num dia nublado lavando os ares. E um jogo de bola na rua censurando os homens. O sono é meu, o sono é meu e o divido com quem eu quiser. O desespero é meu e dele faço a festa que bem me aprouver.
Ontem ou sei lá que dia as palavras me fugiam, hoje, delas corro. Porque mesmo com lábios cerrados não as posso impedir em seu caminho. Nova York, Nova Delhi, Nova Gaia, Novo Mundo na canção de Tim Maia.
Velas ao mar, velas ao morto. Ai, ai, ai, meu amor fez meu pensamento torto.
Hoje é feriado, hoje é festa por exatamente não ter motivos para se festejar. Hoje é dia, hoje é sol e por isto a noite vem nos abrigar.

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Poesia Gráfica LXXXVI

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