Eu quero a simplicidade
das manhãs que não pediram licença. Mas trouxeram o sol. Todo o sol. E nos
alegraram com toda a sua força. Mesmo sabendo que logo morreriam. Eu serei como
elas. E se tudo for breve. Mesmo assim foi. E se no melhor da festa. O coração
falhar. A vista turvar. Ou coisa que valha. Terei meu momento de estar
contente.
Quero também a clareza da
água. Seja como for. Parada esperando que algum amor reflita nela. Ou correndo.
Em direção ao mar. Para que seja eterna e sem fim. Assim serei eu um dia. Parte
de um grande sono.
Ser o ar também é uma
grande solução. Frio ou quente. Parado ou dançando. Tanto faz. O ar que invade
os pulmões. Sopra as folhas. E faz as pipas guerrearem numa grande batalha
azul.
Ser o verde. Que se cobre
com a capa do orvalho. De uma grande treva que também se foi. Não somente o
verde enfeitado. Mas o simples verde que cobre o chão. E nunca se mostrou.
E ser mais ainda. E ser
principalmente. O sonho na tua mente. E a lágrima dos teus olhos. Talvez não
esteja mais por aqui. Contando coisas engraçadas pra espantar tua tristeza. E
grandes histórias pra te distrair. Lembra das que eu contei. Lembra que nunca
te menti. Quando disse que a beleza pousou em teus ombros. E que a felicidade
caminhava ao teu lado. E mais ainda. Lembra do que eu te prometi. Estarei
contigo. Nem que para isso eu tivesse que subir do mais profundo abismo pra te
proteger. Lembra que tens a vida ao teu alcance. Coisa que me foi negada.
Lembra que foi a minha própria vida. Simples e negada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário