sábado, 6 de setembro de 2025

Solfejos Verdadeiros de Alguma Demência

Nada mais universal que nosso ineditismo careta

Saias chegando lá nos pés e as bundas de fora

Não contem glúten mas certamente contém glúteo

Vamos tomar cerveja enquanto não estamos mortos

Sócrates de vivesse hoje seria um grande lacrador

Todas as coisas são ilícitas mas todas elas convém

Vou festejar a sua falta batendo a cabeça na parede

Só se pode gargalhar se comparecer a um funeral

A dança dos sete véus agora é tocada no martelo

Propaganda de espinafre só com botas de couro

Um cuscuz feito de vidro moído e bem caprichado

Minha teimosia é tanta que até acaba desistindo

A corrida dos meninos acabou chegando na velhice

Alguns sucessos são feitos de camuflado fracasso

Nunca mais faremos aquários de papel reciclado

Minha fome parece um leão dançando mambo

Um dia ainda vou em Cubar mascar uns chicletes

Dia desses quase aprendi a tabuada completa

Só podemos dar discursos com sapatos verdes

A sessão de reclamações distribui bolinhos de creme

A nova frisson é usar camisetas de cotas de malha

E chapéus de palha de coco vindas da Europa

Agendas eletrônicas foram parar no ferro-velho

Todos os dias existem luas e também sóis

Temos uma coleção de nudes totalmente vestidos

Meu cão só consegue morder quem ele morde...


(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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