Nada mais universal que nosso ineditismo careta
Saias chegando lá nos pés e as bundas de fora
Não contem glúten mas certamente contém glúteo
Vamos tomar cerveja enquanto não estamos mortos
Sócrates de vivesse hoje seria um grande lacrador
Todas as coisas são ilícitas mas todas elas convém
Vou festejar a sua falta batendo a cabeça na parede
Só se pode gargalhar se comparecer a um funeral
A dança dos sete véus agora é tocada no martelo
Propaganda de espinafre só com botas de couro
Um cuscuz feito de vidro moído e bem caprichado
Minha teimosia é tanta que até acaba desistindo
A corrida dos meninos acabou chegando na velhice
Alguns sucessos são feitos de camuflado fracasso
Nunca mais faremos aquários de papel reciclado
Minha fome parece um leão dançando mambo
Um dia ainda vou em Cubar mascar uns chicletes
Dia desses quase aprendi a tabuada completa
Só podemos dar discursos com sapatos verdes
A sessão de reclamações distribui bolinhos de creme
A nova frisson é usar camisetas de cotas de malha
E chapéus de palha de coco vindas da Europa
Agendas eletrônicas foram parar no ferro-velho
Todos os dias existem luas e também sóis
Temos uma coleção de nudes totalmente vestidos
Meu cão só consegue morder quem ele morde...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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