sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Aquela Flor ( Simples Mistério )

Corpos se entendem, entendem sempre.

Eu quero apagar o sol, mas não consigo.

E dar um ponto final, mas ele não existe.

O ninho sempre nos abriga, mesmo agora.

Eu ando pela areia, sou quase pássaro...

Um dia foi uma festa, agora não é mais.

Veio numa garrafa, foram tantos mares.

É como uma injeção, dói e depois passa.

Não faço perguntas, eu só falo demais.

Eu nunca fui o barco, sempre fui o vento...

Meu estado é crítico, dispenso a crítica.

Eram três irmãos, mas agora são dois.

Partidas e chegadas, as duas têm fôlego.

Eu queria um doce, agora não quero mais.

Era a coroa do, mas até ela foi ao chão...

Isso parece mandinga, mas só parece.

Se a alma sorri, tudo acaba sorrindo.

O rios sempre esperam, os sedentos vêm.

O palhaço tem mil cores, eu tenho mais.

Para cada gota de sangue, um espinho...

A bela chegou, vamos então saudá-la.

Para uma canção, qualquer idioma serve.

A mosca tem estratégias, menos com teias.

Um dia eu chego, mesmo em lugar nenhum.

Escolha sua moeda, mas tenha cuidado...

Subimos as ladeiras, mas também descemos.

É perfeitamente imperfeito, pode acreditar.

Que olha para o mundo, o mundo olhará.

As nuvens pesam tanto, mas elas descem.

Uma flecha atingiu-me, só não sei onde...

Na guerra o sono chega, mas ninguém dorme.

O que foi negado, negado sempre estará.

No próximo minuto, um minuto já acabou.

A maldade não tem lógica, só tem defeitos.

Estou sozinho como nunca, mas nunca só...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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