Pássaros sem sua voracidade usual
E a estrelagem dos olhos dele ontem
Como esquecerei o que é inesquecível?
O calor chegou, chegou, chegou
E com ele a monotonia prometida
Mas que matava de uma vez em si...
O coelho que era um outro roedor
Em noites de luzências frias e quentes
Foi no lugar mais distante de logo ali?
A alma era plena, plena, plena
Mesmo quando cabia toda na palma
E apenas algumas moedas já bastavam...
Eu me feri sem ter pretensão alguma
Aquele seu livro contava apenas fakes
Posso tirar logo a sua roupa, querida?
O quarto era quente, quente, quente
Mesmo quando cubos de gelo permanecem
E os malvados rangem seus afiados dentes...
Na escuridão as cores ficam tão bonitas
E Narciso não precisa mais de um espelho
Seu nome veio de que planície tão deserta?
A chuva cai lá fora, lá fora, lá fora
Até quando meu copo possui mais gotas
E até meus olhos possuem suas usuais...
Passarinhos sem sua ariscagem inusual
E olhos atentos sem nenhuma má intenção
Como poderei subir nessa escada de nuvens?...
(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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