terça-feira, 23 de setembro de 2025

Parque de Indiversões

Pássaros sem sua voracidade usual

E a estrelagem dos olhos dele ontem

Como esquecerei o que é inesquecível?


O calor chegou, chegou, chegou

E com ele a monotonia prometida

Mas que matava de uma vez em si...


O coelho que era um outro roedor

Em noites de luzências frias e quentes

Foi no lugar mais distante de logo ali?


A alma era plena, plena, plena

Mesmo quando cabia toda na palma

E apenas algumas moedas já bastavam...


Eu me feri sem ter pretensão alguma

Aquele seu livro contava apenas fakes

Posso tirar logo a sua roupa, querida?


O quarto era quente, quente, quente

Mesmo quando cubos de gelo permanecem

E os malvados rangem seus afiados dentes...


Na escuridão as cores ficam tão bonitas

E Narciso não precisa mais de um espelho

Seu nome veio de que planície tão deserta?


A chuva cai lá fora, lá fora, lá fora

Até quando meu copo possui mais gotas

E até meus olhos possuem suas usuais...


Passarinhos sem sua ariscagem inusual

E olhos atentos sem nenhuma má intenção

Como poderei subir nessa escada de nuvens?...


(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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