O normal e o quase normal
O que dói e o que acaricia
Sexta-feira quase carnaval
A avó e a mãe e a tia
Fomos correndo pro quintal
Quem dirá quem diria
A verdade quase o factual
Eu tou vivo e quase morto
Rime aí esse tal temporal
Linha reta ou quase torto
Como o etcetera e tal
Nosso barco não tem porto
Lá no meio quase no final
Quero colo quero carinho
Saída brusca pela lateral
Na multidão meio sozinho
O diferente quase igual
Mas essa rosa tem espinho
Na parede lá no jornal
Fila do osso ou do banco
A vida é noite é bacurau
A respiração pega no tranco
Beira da praia quase luau
O mentiroso quase franco
A poesia é experimental
É quase tudo quase nada
Madeira que é quase pau
É carinho ou é porrada
Mas ela é tão sensacional
Se mexeu quase parada...
(Extraído do livro "Palavras Modernas" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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