terça-feira, 9 de setembro de 2025

O Que

O normal e o quase normal

O que dói e o que acaricia

Sexta-feira quase carnaval

A avó e a mãe e a tia

Fomos correndo pro quintal

Quem dirá quem diria


A verdade quase o factual

Eu tou vivo e quase morto

Rime aí esse tal temporal

Linha reta ou quase torto

Como o etcetera e tal

Nosso barco não tem porto


Lá no meio quase no final

Quero colo quero carinho

Saída brusca pela lateral

Na multidão meio sozinho

O diferente quase igual

Mas essa rosa tem espinho


Na parede lá no jornal

Fila do osso ou do banco

A vida é noite é bacurau

A respiração pega no tranco

Beira da praia quase luau

O mentiroso quase franco


A poesia é experimental

É quase tudo quase nada

Madeira que é quase pau

É carinho ou é porrada

Mas ela é tão sensacional

Se mexeu quase parada...


(Extraído do livro "Palavras Modernas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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