Como uma comunhão de sábios desesperados
Que despertaram de madrugada ou foram acordados
Este pobre poeta de alguns versos desvariados
Vai misturando quase tudo...
Pois é esta fome que agora tenho e também sinto
É uma fome quase incomum que feito um labirinto
Que me embriaga mais do que este vinho tinto
Estou pronto para enterrar-me...
Todo mês de agosto é mais do que mês passado
E um acerto que certamente acabou dando errado
Sem se importar se me deito e viro para o lado
Um estalar de dedos não é mágica...
Numa praça vazia sentou-me em qualquer banco
E em minha alma vadia falta algum sorriso mais franco
E quem me dera agora fosse mais um saltimbanco
Errando a meta e acertando algo...
O fundo musical é agora como um tango argentino
Que me causa uma aflição tal qual fosse um desatino
Do qual compreendo quase tudo menos esse destino
Afoguei-me na beira da praia...
Como uma comunhão de lábios entreabertos
Que mesmo dormindo ainda estão mais despertos
Este pobre poeta vai solitário por estes desertos
Vou misturando quase tudo...
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