No meio da noite qual pássaro noturno
(Lugar comum como muitos outros)
Com a colcha da escuridão como abrigo
(A única possível para os miseráveis)
Permaneceu imóvel como para eternidade
(Poderia ser de uma outro forma?)...
Em alto-mar qual náufrago que se perde
(A tábua de salvação é o resto da nau)
Assim como em terras tão estranhas mares
(Remota salvação de mais perdidas ilhas)
Talvez uma garrafa chegue em alguma praia
(Quem pode medir o tempo do desespero?)...
O álcool sobe rápido para o nosso cérebro
(Depois de percorrer os quilômetros das veias)
Como uma pedra que foi jogada ao rio rápido
(A tontura faz parte desta malvada velocidade)
Até que passe de uma vez e fique só depressão
(Onde estava aquele riso que não tinha motivo?)...
Eu não tive culpa mas a culpa foi minha também
(Nasci no meio de um temporal que fazia frio)
Só minha mãe sentiu horas e horas de pura dor
(Deve ter sido por isso o porquê nasci chorando)
O espelho foi a ajuda para o menino envelhecer
(Por que não cantei quando junto com os pássaros?)...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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