quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

(In)Definido

Vamos brincar de nada até que o nada seja

Insanidade na real troca de certos papéis

Eu me esqueço da palavra agora censurada

Como certos perfumes feitos para nos ferir

O palhaço consegue rir de quem rir consegue

É tudo apenas uma questão de lugar e pronto

Esqueçamos de todos os sinais de fumaça

Vamos repetir novamente a nossa sobremesa

Até que a glicose possa então nos salvar

Eu furei a ponta do meu pobre e magro dedo

E dele não saiu sangue e saiu apenas poesia

O carrasco foi um pobre coitado sob as ordens

É proibido proibir o que proibimos proibir

A fila dos ossos agora mudou de matéria-prima

Tempo e fogo agora dançam sobre as águas

Minha mordida será pior que do próprio lobo

São muitas palavras para poder decorar

Cada ponta de cigarro tem seu justo valor

Moscas suicidas em direção ao inseticida

Voos rasantes calculados com certa maestria

Um dedo de conhaque para variados dedos

Todas as mitologias mais vulgares possíveis

Holocaustos esquecidos em comemorações

Palavras grandes demais para insignificâncias

A questão genética ainda continua com intrigas

Um beijo na boca da morena que nunca será

Confundir certas coisas é o mais comum...


(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...