Vamos brincar de nada até que o nada seja
Insanidade na real troca de certos papéis
Eu me esqueço da palavra agora censurada
Como certos perfumes feitos para nos ferir
O palhaço consegue rir de quem rir consegue
É tudo apenas uma questão de lugar e pronto
Esqueçamos de todos os sinais de fumaça
Vamos repetir novamente a nossa sobremesa
Até que a glicose possa então nos salvar
Eu furei a ponta do meu pobre e magro dedo
E dele não saiu sangue e saiu apenas poesia
O carrasco foi um pobre coitado sob as ordens
É proibido proibir o que proibimos proibir
A fila dos ossos agora mudou de matéria-prima
Tempo e fogo agora dançam sobre as águas
Minha mordida será pior que do próprio lobo
São muitas palavras para poder decorar
Cada ponta de cigarro tem seu justo valor
Moscas suicidas em direção ao inseticida
Voos rasantes calculados com certa maestria
Um dedo de conhaque para variados dedos
Todas as mitologias mais vulgares possíveis
Holocaustos esquecidos em comemorações
Palavras grandes demais para insignificâncias
A questão genética ainda continua com intrigas
Um beijo na boca da morena que nunca será
Confundir certas coisas é o mais comum...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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