quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 215

Aonde andam alegrias dominicais?

Deixe-as em surpresas dos sábados

Para nunca mais buscá-las...

Palavras é o que tenho, palavras

Silêncio é o que tenho, silêncio

Arranjo todos os meus gestos em quadros

E minha parede é apenas um cemitério

Posso engolir letras vez em quando?

O ambulante passa gritando na rua

Em meio às casas sonolentas e apáticas...


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Os contos de fada apagaram-se

(ou acabaram?)

As fadas hoje se exibem pelas redes

e pedem um pix

por sua nudez vulgarizada...


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Gostaria de rasgar meus poemas

Picar cada papel de um a um

Não posso...

Escondem-se nas nuvens da net

E debocharão da minha cara

Se assim tentar fazer...

Eu sou um poeta do meu tempo

Coberto de sérias tolices

E recheado de mediocridade...


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Réu confesso,

nada te peço,

talvez uns últimos tragos,

foi grande este estrago,

que a vida deu em mim,

talvez começo, talvez fim...


Menino travesso,

eu não me esqueço,

daqueles dias repetidos,

mas que foram assim vividos,

que a vida fez em mim,

talvez começo, talvez fim...


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A pintura dos cegos...

O discurso dos mudos...

Os loucos começam sua pantomina...

Onde estarão as chaves?

Quero sair dessa cela prontamente

Carona nas nuvens necessário é...

Quero engolir o mar qualquer dia

Perdi o sono dormindo...

A pintura dos cegos...

O discurso dos mudos...

Os loucos terminaram sua pantomina...


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Num mar sem águas

Quase morro afogado

Num deserto de lágrimas

Fiz caretas para o espelho

Me perdi na multidão de um só

O meu desespero ficou desesperado

As minhas piruetas falharam

Caí lá de cima da corda bamba

Mortais, isto se chama vida?


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Choverá? Uma hora dessas...

A greve geral de sonhos

Está marcada para nunca mais...

Franca teimosia.

Se quero estrelas, estalo os dedos!

A mortalha não serviu-me,

Seu número era menor...

Vou bater na lata até cansar

E farei carnaval eu mesmo...!


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