Temos cânticos bem desesperados
De profetas como um bando de aves de rapina
Está tudo tão mal explicado como sempre foi
E mesmo assim os aplausos são numerosos...
Enquanto isso os mercadores (centenas de moscas?)
Acordam do sexo malfeito da noite passada
E entre solenes bênçãos e ainda maldições
Sentem o frio sob seus pés nos quartos sujos
Voltarão para a mesma rotina de tentar vender
Até a própria alma que não mais possuem...
Onde estará o mar? Onde está o mar?
Está dentro do corpo daquela putinha
Que acabou de dar a sua última foda
Entre lençóis fedidos e restos etílicos?
O vento caminha com seus passos de morto
Tentando varrer os copos descartáveis
Pedaços (testemunhas oculares, isso sim)
A beleza foi enjaulada em velhas fotografias
Como velhas poesias que não foram escritas
Eis o campo ainda minado da última das guerras...
Alguém acaba de sair do último pesadelo
E a garrafa de café vira mais um oráculo
E os seus cigarros viram inocentes vítimas
Com os sinais de fumaça que nunca chegarão...
O metal de todas as máquinas treme de tesão
Cada uma delas irá comer um dia o seu burguês
E irá palitar seus dentes (mesmo quando não tenha)
Arrotando com a mais plena de todas as satisfações
Todos os finais são apenas histórias previsíveis
Todos os vermes ficarão contritamente agradecidos...
É o que tem para hoje, é o que tem, nada mais
Leia (se for alfabetizado, seu corno filho-da-puta)
Está escrito em giz um pouco algo irritante
Pelo proprietário do nobre estabelecimento...
Até que os cânticos desesperados novamente cessem...
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