sábado, 17 de dezembro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 218

Nem lembro

Nem quero lembrar

Quantas vezes caí

Quantas vezes menti

Para eu mesmo enganar


Nem lembro

Nem quero lembrar

Quantas vezes amei

Quantas vezes me entreguei

Para o amor me matar...


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Ela andava

Como só voam os pássaros

As borboletas

E outros pequenos bichos

Providos de asas...

Ela flutuava

Que nem nuvens grandes

Em muitos céus

Conhecendo todos lugares

Até os de mim...


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Um pedaço de mim criou outras pernas

E saiu correndo

Era quase madrugada quando aconteceu

Mas ninguém escutou

Um pedaço de mim de repente ficou veloz

E quase não senti falta

Na verdade só senti quando meu rio de sangue

Acabou parando de vez

Era o meu pobre coração...


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A parede suja

Parece que estou parado

Eu nada entendo

Ou entendi errado

Nada estou vendo

Estou encegado

Ou saio correndo

Ou olho pro lado

Estava bebendo?

Fiquei embriagado...


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Cárcere privado

Privação dos sentidos -

eis o que temos de mais moderno!...

Sensações estranhas

Sentimentos manipulados -

eis o que há para prato do dia!...

Falsa alegria

Máscaras mais bonitas -

eis o que há de farsa por aí!...

A ciranda já se acabou

E isso já faz muito tempo!...


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Foi o choro que eu engoli ontem

Acaba voltando do meu estômago 

E em segundos cairá pelo chão...

Foi a escuridão que eu escureci mais ainda

Que trouxe muitos pesadelos novos

Capazes de gelar qualquer sangue...

Eu sinto a dor mais profunda possível

Como aquele velho poço abandonado

Que um dia brinquei jogando pedrinhas...


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Cuidado com as alegrias gratuitas

(Falo isso por experiência própria e bem amarga)

Todo açúcar em demasia quando vai embora

Não nos digna a dar nem sequer adeus

Não irá em cenas bonitas ou feias

Não importa se cavalga nuvens claras ou escuras

Todo o cinza de nosso luto tem o mesmo tom...


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