domingo, 11 de dezembro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 216

Sento num banco de praça e vejo tudo ao meu redor. Isso aqui parece com o mundo. Cantos bonitos e outros feios. A alegria das crianças que aproveitam o sol de hoje e a tristeza do mendigo que tenta não pensar em mais nada. Escolha o seu personagem. Flores nos canteiros e restos de lixo de passadas noites. Passarinhos em galhos e gatos se lambendo. Escolha seu papel. Sento num banco da praça e sou apenas mais um velho, descansando de muitos dias já idos...


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Talvez a menina bonita tivesse pena de mim. E me desse um sorriso pra guardar. Um sorriso de uma fração de segundos, mas um sorriso ou um quase-sorriso se fosse pedir muito. Eu o guardaria bem aqui dentro de mim. Serviria para aplacar algumas tempestades malvadas que acontecem. Quando chegassem gritando nomes feios eu diria: - Alto lá! Não me atinja com sua mortalha cinza! Aqui tem o sorriso que a menina bonita me deu...


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Nativivo

Natimorto

O que presta?

Quase nada vale

Alguns sonhos que escapam

Pesadelos se tornam...

Redivivo

Redimorto

O que resta?

Quase nada existe

Alguns pássaros escapam

Buscam outros céus...


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Não pensar... Pra que?

A vida é apenas um emaranhado de arames,

Todos eles farpados, todos eles ferindo...

Aos vencedores as batatas,

Mesmo se elas estiverem estragadas...

Pegue a senha, espere a sua vez...

Converse coisas sem nexo pra se distrair,

Reclame daquilo que você bate palmas

Ou pelo menos do que deixa acontecer...

A selva está toda suja 

Limpar dá muito trabalho...

Não pensar... Pra que?


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Sangue demais, quase uma hemorragia. Não tenho mãos e nem pés, só me resta o dia. Sangue na mão, sangue no chão, sangue em qualquer lugar. Vermelho, verde, transparente, opaco, da cor que se enxergar. Chances jogadas fora, chances por esperar. O que chegará agora, o que nunca vai chegar. Moda, alternativa, tradição. O que dá vida, o que mata, o que fere sem compaixão. O ouro e a prata. O que faz renascer e o que mata. A ilusão mais barata. Me deem logo trinta pratas, está acabada a questão...


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Não conte pra ele...

Não conte pra ela...

Que a vida é um disfarce

Apenas uma novela...


Não conte pra ele...

Não conte pra ela...

Que a cidade é apenas

Mais uma grande favela...


Não conte pra ele...

Não conte pra ela...

Que o sol sempre invade

Minha pobre janela...


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Tudo posso em meus sonhos

(e quase nada fora deles,,,)

Vamos purificar o ar das manhãs?

Que as malvadas fumaças vão embora...

Vamos alentar o desamado que ama?

Que os olhos da manda procurem os seus...

Vamos acompanhar os passarinhos?

Acabei de comprar um par de asas novo...

Que dia será hoje?

Mais um pouco e o carnaval chega...

Tudo posso em meus sonhos

(e quase nada fora deles...),,,


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