Pela lógica não há lógica, devemos nos conformar com crescentes paradoxos. Todo presente tem um passado, todo futuro é uma grande dúvida. Toda tristeza acaba morrendo e toda esperança acaba teimando. A fantasia decora seu texto e a ilusão sorri no canto da boca. As velas ardem no silêncio e o fogo grita em altos brados. Os poetas criam asas para andarem nos chãos. Olhem lá! As cores despiram-se despudoradamente ante a ternura de hábeis mãos. Pela lógica não há lógica e isso pouco importa agora...
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Estou em dúvida, uma dessas dúvidas solenes que causam certa expectativa e alguma apreensão. Estarei triste ou apenas é uma ilusão da minha mente quase distorcida? Por força de hábito acho que tudo vai mal enquanto ainda existem algumas que não? Jogo pedras em serenas águas e falo segredos para todas elas, segredos inconfessáveis, quase taras. Dias percorridos não irão retornar, caminhos andados não mais o são. Em frente ao velho espelho tento chamar o menino de volta...
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A arena está pronta. Os leões despertos com seus olhos brilhantes e jubas esvoaçantes. Muitas rapinas exercitam suas asas para mais uma jornadas. Os céus possuem vários donos. Os chãos também. O vento varre a sujeira de ruas passivas. Os metais pouco se importam com brilhos que fatalmente acontecerão. Os mangás estavam cobertos de razão. O negócio é a alma da propaganda. É uma apenas questão de semântica. A arena está pronta. E as famílias prontas para um café da manhã com sorrisos falsos e margarinas...
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Um pão
Um não
Meus olhos de tristeza indiferente
Me acostumei
Sei ou não sei
Mesmos parados vamos em frente
Um poema
Um dilema
Mais que a carne chora a mente
Um não
Um chão
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Cada um fique com seu pedaço,
Seu pedaço de chão, seu espaço,
Nuvens nos olham sorridentes,
Repentistas fazem seus repentes,
Os condenados os últimos pedidos,
Alguns sonhos estão adormecidos,
Soldados em centenas de fileiras,
Os mortos em suas esteiras...
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Divago sim
Em visagens meu medo acaba
Trago canções no bolso
E uma saudade sem tamanho
Eu me fantasiei
E passei desapercebido entre poeiras
Meu nome é nunca mais
Mas ainda assim
Tenho milhares de outros...
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Estado de calamidade decretado
A fábrica de tolos começou a funcionar...
Tempestades vão se aproximando
Não são as bombas que nos matarão...
Quase nada estará à salvo de tal coisas
Nem vírus ou bactérias sobreviverão...
Eis que aí vem o desamor de mortalha
Com sua lâmina de apatia inoxidável...
Só a alegria das crianças, as nuvens,
E os bichos poderão nos salvar...
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