quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 219

Era tão. Que não sabia mais nada. Que não queria mais nada. Que soltava versos pelo ar. Como quem quase respira. Um silêncio e talvez ternura. Quando muito. Ou quando pouco. Com seu tênis novo e quase velho. Com suas recordações escondidas. Com seus causos sem graça. Com suas piadas de choro. Em matos agora inexistentes. Findaram-se alguns. Acabaram-se todos. Um fim de romance. Um nome para a praça não mais conhecer. E o mar calar a boca de vez...


...............................................................................................................


Eu quero mais riscos.

Ou mais ciscos.

Alguns Franciscos.

Alguns dilemas. 

Alguns poemas.

E na hora H a bomba falhou

E os meninos só riram...


...............................................................................................................


Apenas mais um domingo assassinado. Uma segunda parida de qualquer ressaca. Os desesperos da semana de pé. Nada mais temos do que alguma saudade de coisa alguma. Muita fumaça reclamando céus. Quem sabe um dia? Onde alguma interrogação possa ser respondida de forma quase definitiva. Um frio quase quente percorre os ossos de forma um tanto estudada. Fantoches em bizarras telas. Certa ansiedade por algo. Nem eu mesmo sei. As crianças estão de férias...


...............................................................................................................


Gatos entre os túmulos. Recordações para cá e para lá. Epitáfios gritando sem quem os escute. O tempo acaba dormindo um sono pesado. Os pássaros insistem em sua tarefa. Aqui e ali existem mais recordações. Até as ruas falam certos segredos. Talvez o fundo de uma garrafa fosse um consolo. Sinto dor do tombo de ontem. Todo normal pode parecer um tanto inédito. Imponentes anjos ante meus cansados olhos. E muitos cigarros sem a possibilidade me deixar. Gatos entre os túmulos como se fossem telhados...


...............................................................................................................


Interminável. Como formiguinhas numa fileira - nossas lembranças e sonhos também. Eu escuto muitas palavras que gostaria não entender. Uma amnésia poderia não ser tão ruim. O frio poderia ir embora sem sequer um adeus. Há muitas coisas que não vejo mais, nem sei se existem agora, se existiram ontem. Os papa-ventos devem ter idos para os céus. Ficaram por lá mesmo. Enfeites para os cabelos das nuvens. Alguns espelhos ainda sobraram. E o meu tempo tedioso sem querer - interminável...


..............................................................................................................


Sem desastres, o público não aplaude. Sem tragédias, não há vivas dos que assistem os espetáculos. A alegria se inverte em nossos tempos. Há especialistas na nobre arte de nos enganar. Na primeira fila que aparecer, entrarei. Mesmo sem saber o que estou fazendo ali e meus bolsos estiverem vazios para pagar coisa alguma. Repetem-se os mesmos filmes. Tudo é apenas um engano, até mesmo para os enganadores. Nossa tecnologia\tropeça e cai de boca no chão sujo. Deveriam inventar o impossível. Quero chorar muito, mesmo sabendo que o drama nem aconteceu...


...............................................................................................................


Você é como uma chuva

Me faz bem...

Me faz mal...

Faz o jardim florescer

Mas molha os ninhos...

Você é como vento

Me faz bem...

Me faz mal...

Traz notícias boas

Mas leva sonhos embora...

Me faz bem...

Mas me faz mal...


..............................................................................................................

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Insalubre (Miniconto)

Insalubre era a casa dela (se é que podia ser chamada de sua ou ser chamada de casa). Qualquer favela tem coisa bem melhor. Sem porta, sem j...