quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Quase Natureza-Morta


Há uma luz atravessando a janela,
Com seus múltiplos passageiros de pó.
Ela entra pela sala bem ligeira.
Ilumina as flores de um dia antes no jarro.
E quase que pega um gato que dorme no canto
Quantas luzes ainda farão isso?
Não sei, ninguém sabe, não há como saber
Como é a surpresa inconstante dos dias.

Alguns passos pelo caminho adiante

E meus pés já começam à doer.
Não como saber o fim de coisa alguma,
Mas o tempo mostra marcas sensíveis
De como tudo pode ter sido muito bom
Mesmo quando dor e incerteza vieram.
É assim mesmo, sempre há de ser,
Existem palhaços e também carpideiras.

Como é abafado aqui dentro!

Mesmo assim fechei as janelas pelo frio.
O tempo nos deixa meio que tontos,
Não sabemos quando avançar ou recuar,
É aquilo que uns chamam de destino
E outros ainda inventam novos nomes.
E preferi deixá-los sem nome algum
E a isto é que às vezes se chama versos.

Tragam-me logo um café.

O suicídio lento da fumaça é iminente,
Mas existem outros mais rápidos por aí,
Não os vôos do alto de prédios,
Não os pulos para a frente dos autos,
Estes são vulgares numa grande lista.
Sentar-se em frente à tela submissa
É ter requintes de crueldade consigo mesmo.

Não sei quanto tempo durará tudo.

O relógio traz expectativas conflitantes
E emoções fortes não são o meu forte.
Quero como todos os homens 
Que nada acabe, mas assim não o é.
Acabará tudo num dia sem final
E talvez ainda sobre a luz pela janela
E o gato dormindo em seu canto...

Virgula & ContraVirgula


Não sabemos mas sabemos
Ignoramos tudo com preocupação
E aonde não estivemos
Traz mais saudade ao coração
Aquilo que agora vemos
Não tem mais nenhuma emoção

As coisas são como são

Não como poderiam ser

Não tentamos mas tentamos

Com a nossa mais total comoção
E nem percebemos que rodamos
Parecendo com um pião
E pensamos que então viajamos
Mas estamos colados no chão

A felicidade poderia vir

Mas ela não sai do lugar

Não dormimos mas dormimos

Tremendo dentro da escuridão
E sonhamos que caímos
Num buraco lá no porão
É o buraco que abrimos
Pra esconder nossa paixão

Eu não sei quando serei feliz

Mas vou tentando por enquanto...

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Novas Novidades

Eu hei de inventar novas palavras
Para dizer exatamente o que sinto
E hei de fazê-las minhas escravas
Presas no mais enorme labirinto
Algumas serão mansas outras bravas
Mas todas bebendo do meu absinto

Eu hei de inventar novas idéias
Para expressar minha emoção
Que há de sacudir todas as plateias
De pé aplaudindo em comoção
Serão contritas mas serão ateias
E hão de rezar com contrição

Eu hei de inventar novas pinturas
Com mais cores todas elas diferentes
Cores que me vêm lá das alturas
E que só sentem os corações doentes
Que são vistas se as vistas estão escuras
Se as mentes estão meio dementes

Eu hei de inventar novas novas...

Eu Que Me Calo


Eis que por aí me calo
Choro e quando muito vejo
Só no peito é que falo
E lá borbulha o meu desejo

E o meu desejo é louco

É um demônio incontido
Que vai guardando aos poucos
Tudo que tem vivido

Eu vivi a própria a morte

Com ela segui meus passos
Não tive mais outra sorte
Mas alcancei outro espaço

Riam os que quiserem rir

Eu resisto e espero que um dia
E nesse então haverá de vir
De vez essa minha alegria!!!!!!

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Um Canto Triste


Num canto qualquer dormem os sonhos
E nele também os choros se calam
Não há mais o que fazer diante o relógio
Não alcançamos seus passos que nos cansam
É frio o ar que agora sopra lá fora
E as frestas da janela de nada valem
Onde o sol costumava fazer sua invasão
Antes de nos abandonarmos de vez
Que sons são estes que chegam aos ouvidos?
São apenas a indiferença do dia a dia
Expressa em fantasias mais feias
Mesmos enganados todos prosseguem
Os autos andam por ruas desenganadas
Ruas que nem sabem onde vão dar
Foram muitos anos que correram
E mesmo vitórias agora imprevistas
Já não valem coisa alguma...
Calem os pássaros seu canto de nada adianta
As ondas não são mais bem vindas como antes
O prato está vazio em cima da mesa
O copo tem apenas o resto do que desceu na garganta
E as cinzas do cinzeiro lembram enigmas decifrados
Não espere coisa alguma que nos salve
É triste é muito triste mas é assim mesmo...

Perigosamente Vivo

Perigo na esquina no passeio
Na menina ou no cara feio
Perigo no que quero teimando
No perigo que vou escapando
Perigo na escola má ensinada
No sinal fechado na estrada
Perigo em sinais proféticos
Em besteiras propósitos éticos
Perigo no que engulo ou falo
No amor insatisfeito ou no regalo
Perigo na moda ou na nudez
Perigo nas pedras ou no fim do mês
Perigo no tesão que deixa aflito
Naquilo que não vejo ou acredito
Perigo de um tiro ou rede social
O que é meu remédio ou é o mal
Perigo em anonimato ou na fama
De gozo no banheiro solidão na cama
Perigo em cada voto em cada foto
Nas coisas que ocorrem e nem noto
Perigo na fofoca no seio da família
No grupo de amigos na quadrilha
Perigo na prova perigo no teste
Perigo na nova mesmo que ela preste
Perigo na corte e perigo no corte
Naquilo que ficou fraco ou nasceu forte
Perigo na placa perigo no aviso
No que tenho demais ou que preciso
Perigo no vermelho ou no amarelo
Naquilo que não tenho e que espero
Perigo na saúde ou no bem-estar
No que odeio e tenho que amar
Perigo no estranho no meu parceiro
Perigo na pobreza ou todo dinheiro
Estamos por aqui mas estamos lá
Correndo risco de partir ou onde chegar
A estrela que eu queria já caiu
O ouvido escutou e olho não viu
Perigo no final como foi no começo
Perigo que o perigo tem seu preço
Há morte na favela e também no asfalto
Em palmas ou revoltas há mãos pro alto
As mesmas palavras no verso ou plágio
Perigo no carinho risco de contágio
Perigo no ar e perigo também no concreto
Na corrupção ou no politicamente correto
Perigo no abismo que vamos então pular
Perigo mesmo quando mais não há...

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A Rua Dança Pra Mim

Eu permaneço na calçada
E a rua dança pra mim
Ela dança com seus passantes
Ela dança todos instantes
Numa dança bonita sem fim...

Eu permaneço na calçada 

E a rua dança pra mim
Ela dança noite e dia
Numa eterna coreografia
Que não tem mais fim...

Eu permaneço na calçada

E a rua dança pra mim
Todos dançam também
E isso me faz tanto bem
É uma alegria sem fim...

E eu permaneço na calçada

E a rua dança pra mim
Ela dança com os seus carros
E a fumaça de seus cigarros
Num rodopio sem fim...

A rua dança pra mim...

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A Verdadeira Ciência da Arte dos Marionetes


Apenas marionetes, apenas isso, nada mais,

Manipulantes ou então manipulados,
Algumas vezes certos, mas mais vezes errados,
Fingimos que estamos em dias de paz...

Apenas palhaços, não mais que isso, não mais,

A vida corre num grande picadeiro,
Esperando insone o momento derradeiro
Que nosso barco possa partir do cais...

Apenas idiotas, só somos isso, nada mais,

Acreditamos em qualquer promessa,
Acreditar é o que realmente interessa,
E ser cumprida, tanto fez, tanto faz...

Apenas espectadores, é isso e nada mais,

O tempo corre lento, apático, indiferente
E mal sabemos sermos bicho ou gente
E não saber nunca nos é demais...

Apenas eleitores, votamos cegos, nada demais,

Enquanto a aranha vai tecendo sua teia
Vivemos como numa reação em cadeia
Sob o mesmo chicote de nosso capataz...

Apenas marionetes, apenas isso, nada mais,

Ao som do rock pesado ou do samba-enredo
Vamos fugindo do nosso próprio medo
Como se ainda houvessem mais dias de paz...

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Poemeto Para Ser Lido Escondido e Chorando

Resultado de imagem para desesperado
Tudo já foi e nada adianta
Não adianta chamar por nomes
Eles são surdos e não te atenderão
Tudo passa meu caro amigo tudo passa
Até o entusiasmo de pular no abismo
Mesmo com pequenas e insuficientes asas
O tempo chega toda hora
E o final da novela é inevitável
Teu amor não foi correspondido?
Assim foram os que valeram a pena
Os grandes amores são trágicos
E pode ser melhor acabar em choro
Do que um sono virado para a parede
Continue andando com os mesmos pés
As ruas sempre serão amigas
É nelas que distrairemos nossas almas
Sem lamentar o minuto perdido
Ou o gesto que não aconteceu
Todos nós amamos tanto um dia
Mas o que deu no final do jogo nem vimos
Porque a vergonha nos gelou os ossos
E nos fez usar máscaras de todos os tons
Fomos embora antes do fim da festa
E foi em nós que se apagaram as luzes
Mas tente usar dessas novas cores
Esqueça meu amigo esqueça tudo isso
Só acontece aquilo que não queremos
Mas mesmo assim haveremos de provar
Se queres uma coisa que te console
Pensa então nisso serenamente:
Todos são tristes como nós...

domingo, 20 de outubro de 2013

Três Algumas Vezes


Eu vou chorar de pura aflição
Eu vou corar com tanto tesão
Um só no meio da solidão

Manifeste em mim a cidade

Como qualquer uma entidade
Boa ou cheio de maldade

Eu espero cada novo dia

Eu espero cada nova folia
Mesmo com toda a avaria

Pintem-me com tal pintura

Como uma noite escura
Desistindo de toda procura

Eu espero a hora certa

Eu espero a porta aberta
O percurso em linha reta

Respiremos este ar viciado

O mesmo pra todo o lado
Qualquer plano dá errado

Bebamos enquanto podemos

Pois ainda somos nós mesmos
Somos velhos e nem nascemos

Eu vou chorar sem compaixão

Eu vou andar sem direção
Um só no meio da multidão

Manifeste em mim a felicidade

Sem algum prazo de validade
Afasta-te de mim saudade

Eu espero cada esperança

Eu nem quero mais vingança
Mas continuo ainda criança

Pintem-me de novas cores

Mandem-me novos amores
Enfim livre de minhas dores

Eu quero correr do sono

Eu quero ficar sem dono
Solto neste meu abandono

Respiremos um novo cheiro

O tempo é falso e é verdadeiro
Quero desde que seja o primeiro

Eu proponho uma nova proposta

Eu proponho a mesa posta
E minha mais sincera resposta

Bebamos enquanto sorrimos

Pois só iremos no dia que irmos
Ainda faltam asas e nem subimos...

Nova Velha Ordem


O que se faz...
O que não se faz...
Vamos escutar velhas canções enfeitadas com teias de aranha, no velho piano de um moralismo barato... Eis a grande promoção... Velhos conceitos de um moralismo podre que vem bater em nossa porta novamente.
O que se quer...
O que não se quer...
Vamos ver todas as bundas possíveis, não precisamos mais de velhas revistas, é só irmos ao mundo virtual ou na rua... A nudez completa... A nudez além do corpo, em mil banalidades que se exibem aos quatro cantos do mundo...
Onde se vai...
Onde não se vai...
O meu medo é maior que qualquer desespero, é maior do que qualquer tara, mais sujo que qualquer pecado... Cuidado com o ridículo... Cuidado com o vírus além do vírus, da morte além da morte, aniquilar a si mesmo para agradar ao mundo...
O que se espera...
O que não se espera...
A bala não está tão perdida assim, acha carne com facilidade, vivemos essa realidade tão temerosa... O asfalto virou colchão... Sobretudo para os que nada tem, nada podem, nada são, além de vítimas de uma peça mal escrita...
O que se fala...
O que não se fala...
Nossos heróis são os mais covardes, é fato consumado a impiedade, joguem o pão que não comeram no lixo... A apatia é palavra de ordem... Todo sorriso deverá ser falso, falso como uma máscara, falso como as carpideiras chorando...
O que se chora...
O que não se chora...
Os soldados em suas fileiras, todos amedrontados, dentro de cada homem existe um menino, meninos choram... Cuidado com as bombas caindo... Todo lucro é mais um sacrifício, o deus-dinheiro quer novas vítimas, estraguem suas vidas...
O que se ri...
O que não se ri...
Piadas sensacionais sem graça alguma, fabricação em série, é o que temos para hoje e sempre... O remédio foi feito para matar... Se não existir doença alguma, inventemos, os mercadores precisam de suas muitas moedas...
O que se vive...
O que se morre...
O coração não para, mas é pior do que isso, antes uma morte tranquila do que esta luta de todos os dias... Eu sou um apaixonado... Mas os encantos acabaram de sair agora, foram dar um passeio, não voltarão mais...

Para Um Feliz Coração


Feliz coração
Eu te tenho como um filho
Mas essa tua emoção
Não mais compartilho 
Antes de tudo cansado
Antes de tudo um triste
Não sei se certo ou errado
Tudo aquilo que existe
Tudo aquilo que toco
Qualquer coisa que sinto
A lente perdeu o foco
Estamos num labirinto
Estamos na beira do nada
Já caímos no abismo
E os encantos da estrada
Virou apenas cinismo
Não me peça que eu ria
Não há mais um motivo
Eu dei adeus pra alegria
Apesar de estar mais vivo

Feliz coração

Eu te tenho como um pai
Mas essa tua animação
Não mais me atrai
Antes de tudo um cínico
Antes de tudo um louco
Um perdido caso clínico
Não fui careta por pouco
Por pouco não fui cego
E quase que eu minto
E agora mesmo não nego
Me arrependo do que sinto
Estamos na beira do mar
Já entramos dentro d'água
E mesmo estando à sonhar
Não acabou minha mágoa
Não me peça que insista
Já tentei e foi em vão
Já me escurece a vista
Adeus meu coração...

Impressões Impressionantes Número 2 ou Secreta Forma

Resultado de imagem para moinhos de vento
Atrás de toda forma outra forma há
Atrás dos ventos correm moinhos
E assim estamos todos sozinhos
E assim iremos todos um dia ficar

Retratos nas paredes
Lá vêm as nossas sedes
Caímos em nossas redes

Atrás de toda ideia outra ideia há
Atrás dos sonhos seguem realidades
E nos chamam pelo nome as fatalidades
E sempre assim foi e assim será

Flores nos jardins
Histórias com seus fins
Os nãos e os seus sins

Atrás de toda farsa outra farsa há
Atrás dos rostos seguem espelhos
Há várias lágrimas e olhos vermelhos
Assim cada um de nós há de chorar

O rei já sorriu
A vida se partiu
E todo mundo já viu

Atrás de todo medo outro medo há
Atrás das desculpas vão todas as razões
Virão em breve os mais frios verões
E assim não poderemos evitar

Retratos nas paredes
Lá vem as nossas redes
Caímos em nossos verdes...

sábado, 19 de outubro de 2013

Impressões Impressionantes Número 1


A mídia que rege
A frege
A obediência da massa
Que passa
Que passa em branco
Barranco
Barranca e queda
Viva a moeda
E moeda é a ponta
Que afronta
A lógica e a ética
Mimética
É tudo disfarce
E passe
Como ave em bando
Até quando
Sai no jornal
Crime federal
Sai na revista
À perder de vista
Com sua covardia
Na luz do dia
É o lobo! É o lobo!
A rede e o roubo
Não tenho vintém
Nem bem
Não tenho tostão
Ou não 
E tudo depende
Se rende
É tudo no sul
Quase azul
É tudo no norte
Que sorte
Somos parentes
Contentes
Com nova notícia
Delícia
Estive na França
Que dança
Fui em Portugal
Curti geral
E não resisti
No que eu vivi
Tou de mau humor
Que dor
Estou tão sozinho
É espinho
Acabou a festa
Não resta
Nem mais cerveja
Ora veja
Vou lá pro bar
Me acabar
Vai ser menos mal
Adeus e tchau!

(Extraído do livro "Palavras Modernas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Tantos

Ficheiro:Senhor dos Passos.jpg
São tantos passos que demos
Outros não vamos dar
E os segredos que sabemos
Prometemos não espalhar
Sim são passos vacilantes
Que contam os instantes
Até não mais contar

São versos que rimamos

Até não mais rimar
E aquilos que aprendemos
Agora ocupam lugar
Sim são versos mais tristonhos
Talvez mais que os sonhos
Sempre à atormentar

São gritos que calamos

Não vamos mais gritar
No mais apenas esperamos
O que não mais esperar
Sim essa espera nos irrita
Por mais que seja bonita
A flor que vai brotar

São tantos e são tantos...

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Visões Feitas de Sons


Sumiram todos...
De um em um foram aos poucos...
Onde foram ninguém sabe...
Deixaram saudades ou nem tanto...
Era o adeus do amigo de sempre...
Ou o menino sob a sombra da árvore...
Alguém que perdeu o sonho...
Ou quem perdeu o respirar...
O auto que não mais roda...
Em ruas molhadas de choro...
Foram passados carnavais...
Máscaras caídas no chão...
E alegria dum parque de luzes...
Tudo foi em frente ao mar...
Não haviam eletrônicos espalhados...
E haviam brinquedos pelos cantos...
E doces podiam ser comidos...
E nasciam todos os amores...
E morriam alguns também...
São todas as flores e as fantasias...
É um mar tão novo e tão antigo...
E mais coisas que perdi dolorosamente...
Mais que as dores que sinto agora...
As frases estão separadas como cores...
E as cores se desbotam passo a passo...
E vou dormir e já fecho os olhos...
E os últimos sons são agora as visões que restam...

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Insaneana Brasileira Número 10 - O Verdadeiro Estado das Coisas


é como um livro dentro dos outros uma história dentro de outras assim é a ilusão sucessiva de mudanças imudáveis e tenho dito e tenho visto as mesmas mesmices baratas e por isso mesmo cara demais lembrem bem troquem os nomes ou não e chegaremos no mesmo lugar tudo azul em cores amarelas aqui está seu pedido senhor bom apetite com os cumprimentos do chefe aqui está o homem e seus contratempos certos ou não dependendo de quem apertou o botão a obra procura por seu autor seja ela a bomba ou a rosa a vida procura seu motivo até que encontre a morte e ambas deem as mãos e dancem um tango uma rumba ou ensaiem passinhos é eu sei sou um homem do meu tempo ou à frente dele o amor não me levou em lugar algum mas me transformou em todos eles não é só poético isso é real como são todos as fantasias que usamos no carnaval passado que venham os tiros as flores acabaram ou estão de férias mas as batalhas não as intimidam cuidado Ziquinha os preços do mercado são enganosos um gole só não mata a sede e um trago só não mata a vontade nem todas as chuvas dariam pra isso e o mar só chegaria na metade e por falar em mar que falta sinto de algo que não incomoda e nem traz verdadeiras saudades são de algumas lágrimas que caíram pelos corredores e eu não voltei atrás para buscá-las é assim é assado é tudo muito bom enquanto a nova novidade não chega de pernas abertas dizem que a fila anda mas não sei porque as letras de vez em quando embaralham e surgem enigmas desconhecidos até para a Esfinge novas paródias estão por aí mesmo até em velhas bancas de jornal com sotaques bem carregados é o correto errando em suas boas intenções quem nos salvará de nós mesmos? quem nós salvará de nossa crueldade fantasiada de senso-comum? esqueça isso apenas sob a luz de fracas lanternas atravessaremos o túnel nunca sabemos que é o tiro e quem é o alvo nunca iremos na terra-do-nunca porque os ingressos esgotaram e os cambistas também são seus fãs o mágico usa sua cartola para cerimônias de vudu e nem precisa dizer quem ele é...

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Poemeto do Velho Cavaleiro

Resultado de imagem para dom quixote de la mancha
Eu sou o que sou
O que eu pude ser
E vou e não vou
Até não mais poder
O que está no canto
Sem poder mexer
Com todo encanto
Que faz acontecer
E nessa luta vã
Sei que vou morrer
Sem ter amanhã
Sem amanhecer
Um dia tudo pára
Sem eu perceber
Sem a joia rara
Que era você
E vou sem rima
Sem ninguém ver
Talvez pinte o clima
E eu possa renascer...



sábado, 12 de outubro de 2013

Da Natureza de Todas As Noites


Nenhuma noite sorri - todas choram
Seus habitantes são tristes - todos vivem
E viver e chorar faz parte do jogo
Do jogo que caiu na lama
E nunca mais pode se limpar...

Nenhuma noite é boa - todas tem medo

E não luzes suficientes - inútil lua
E correr é esforço feito em vão
Porque todas hão de correr sempre
Mas nunca chegarão ao final...

Nenhuma noite tem pena - são cruéis

Sua crueldade é sutil - muitos não vêem
Viemos da escuridão líquida
Iremos para uma outra escuridão
Qualquer hora dessas...

Nenhuma noite é certa - todas pecam

Mas são pecados inocentes - gozo e erro
Quem inventou a treva já sabia
Que dentro dela velhos sonhos
Agonizariam sem morrer...

Nenhuma noite nos escapa - é nossa presa

As manhãs em geral lindas - todas morrem
Mas as noites permanecem nos olhos fechados
Nos escondem de nós mesmos
E enfim acabam nos salvando...

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Eu Vi A Água

Resultado de imagem para narciso no lago
Pois é, eu vi a água...
Nos seus tons de vida e nos seus tons de morte...
E ainda sei contar um pouco
Como foi cada um deles...
Era muito tempo sem fazer contas
E era um dia de muitos sóis
E um mar tão e tão bonito
Que quase me comeu
Com um telhado de vidro e mais nada...
Estou em estranhos braços 
E mais nada...

Pois é, eu vi a água...

Nos seus tons de vida e nos seus tons de morte...
E ainda sei contar um pouco
Como foi cada um deles...
Foram rostos grandes e sem sorrisos
E mesmo assim o auto rodava 
Por tantas ruas que não sei
Ele me levava e me levava
Em incontáveis contas
Para uma disfarçada tristeza
E mais nada...

Pois é, eu vi a água...

Nos seus tons de vida e nos seus tons de morte...
E ainda sei contar um pouco
Como foi cada um deles...
Não havia frio e nem havia calor
Apenas ruas e ruas na solidão
E aquela água fininha no rosto e na roupa
Era um só e seu caminho
E se há mais alguma coisa nem sei
E agora já é tarde pra isso
E mais nada...

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Relógio


O relógio não conta as horas...
Nós é que contamos...
O coração não ama...
Nós é que amamos...
O tic-tac nos encanta...
Nos hipnotiza...
E o tempo vai passando...
E nem avisa...
Ninguém viu o que devia...
Ninguém percebeu...
Estávamos parados...
E ele correu...
Ele correu bem depressa...
Não alcançamos...
E quando vemos...
Então choramos...

O Alvo - Entreato

Resultado de imagem para alvo com dardos
O alvo está marcado
Acerte
O foguete está mirado
Aperte 
É o que você pode
Queira não queira
E tudo explode
À sua maneira
A televisão te chama
Ligue
Ninguém te ama
Nem brigue
Não tem o que explicar
Aceite
E quando chegar
Se deite
Estamos ainda vivos
Até quando?
Não há mais motivos
De estar chorando
Economize água
E a vista
Some toda mágoa
Sem deixar pista
O jogo acabou
Caiu o pano
O que nos restou
Ainda é humano
É uma rima alheia
Rima sem par
E vem a lua cheia
Pra se uivar
Não disputemos letras
Total ou parte
São muitas as tetras
Vindas do deus Marte
A mesa está posta
A sorte lançada
Não há resposta
Pra mais nada
Eu se há alguma
Nem percebermos
Pois há uma bruma
E morremos... 

domingo, 6 de outubro de 2013

Insaneana Brasileira Número 9 - Colar de Maravilhas



os meninos brincam sempre e sempre em dias úteis ou não é o cordão é o brinquedo é o folgedo é o balão mesmo quando não se rima doidevaneano e caindo e rolando no chão caso queiram me telefone mandem e-mail ou torpedo é tarde eu sei mais ainda é cedo mesmo com frios novos e ainda alguns disparatos eu vim eu vi eu estava lá no começo da criação e outros nomes eu estava lá fazendo coro com as carpideiras usando todo sal do mundo é tudo questão de tática mais tristes que os tristes são os alegres o choro continua mas o riso morre cada que faça seu papel é só questão de tempo para que as palavras cessem e morra toda forma de tato e contato é o que é não mais que isso sem problemas é só virar o rosto para a parede e dormir o sono enfim chegará sem outros nomes senão esses é o que tem do banquete aquilo que restou do colar e olha que eram tantas as contas um vridro melhor que o outro todos eles em indeterminadas cores modernidades quando muito novidades diárias e previsíveis para todos os gostos de tribos por que não dizer? são cálculos voando que nem passarinho em estreitos céus estes que ficam nos entreprédios de qualquer cidade do mundo malfeitos ou benfeitos isso não importa muito morenos olhos me olham o tempo todo e não há como parar são só como beijos alguns ou muitos dependendo da ânsia de quem os dá eu provei de alguns gostos e não os esqueci mais anotem tudo aí coloquem num único fio e exibam a maior obra da não-criação porque nada muda mesmo que assim o seja a mesma peça de teatro é representada aos milhões mas ninguém se acostuma tudo é novo e trágico como sempre tudo é efeito e defeito se olhado por um algum ângulo qualquer nada há como é só mesmo palavras esquecidas marcam verdadeiros sinais não somos mas fomos e assim mesmo sem nada o que ter somos donos desse colar de maravilhas...

sábado, 5 de outubro de 2013

Insaneana Brasileira Número 8 - El Signo de Vidro


quebrou não há conserto os pedaços estão aí pra quem quiser ver tudo está aí como sempre foi bebamos em paz por todas as dores mortas em bandos ou não é pura astúcia esta sobrevivência clara como o aço de noturnos punhais sob a manga da camisa façamos as contas e rachemos a dívida quem trouxe outras histórias que conte e o mais é o mais não há como reclamar até o próximo dia e mesmo assim se não tivermos pena alguma pois os dias são dignos de pena ou de festa é cerveja o que está no copo é vida que escorre pelos dedos é areia é uma ampulheta que de tempos em tempos vai mostrando tudo o que não se mostra ah que coisa maravilhosa tudo que queríamos se quebrou pelo caminho foram acidentes de percurso como tantos outros enquanto os cabelos mudam de cor e de lugar e hoje somos mais honrados do que nunca as máscaras não caíram estão mais aderentes do que nunca elas viraram pele e nunca mais nos deixarão até que a morte nos separe é tudo assim e assim será não sabemos a origem mas a causa não conhecemos Deus mas batemos papo com o Diabo todos os dias quando a ligação é de graça vamos suspirar em vários tons porque artistas somos e onde estivermos aí será que seja tal qual e eu me esqueça de alguma coisa afinal quebrou não há conserto tudo está longemente perto como frases de efeito num discurso de um fôlego só isto é tudo não há como evitar são outros versos que indicarão quem foi o melhor apenas faremos comentários de compromisso em todas as conjugações do verbo não fui eu que me culpei por tais delitos tomem nota aí que mais um dos cavaleiros andantes encerrou sua marcha são verões em outras vidas talvez e quem sabem a suavidade de um vinho raro em outras andanças nunca pese o ar e nem as botas de sete léguas a alma é imortal demais para ser compreendida ser sentida já basta...

Insaneana Brasileira Número 7 - Leia Logo Essa Sentença


leia logo essa sentença não há mais tempo e a chuva evem aí as moscas ansiosas estão e não param de pousar é quinta-feira ou é sábado ou ainda mais um dos cinco que me aconteceram foi de noite isso eu sei os cristais ainda estavam intactos na velha cristaleira que dormia na sala comum de um velho tédio ontem bacurais metiam medo e hoje tudo passou a anestesia pegou e os gás subiu e nada mais importa aqui ou lá nem sei bem esquecemos a fórmula de invocação e ainda não relembramos é simples muito simples há dois tipos de pessoas os réus e os condenados estejam eles em que lugar estiverem viva a luz de borboletas mortas antes do tempo que deixaram flores órfãs ou viúvas não adianta dizer qualquer coisa decorado ou de improviso façamos silêncio porque hoje como ontem e amanhã é carnaval me dê aí o que tiver de melhor até você deixe que eu conheça cada centímetro como um louco que percorre antigas ruínas em busca de seu mais querido tesouro as mãos tremem é bom saber velhas novidades enquanto ainda se pode finalmente descobri a fórmula mágica mesmo com frio poderia aquecer minh'alma até o final não me chame já é tarde demais e eu não gosto de despedidas pequenas em outros lugares poderei beber meus tragos de caubói atenham-se à isso só chove em dias de chuva mas o sol é soberano assim mesmo olhem com bons olhos tudo o que for tudo que existir tudo que estiver ao seu alcance daqui um pouco não há mais olhos e nem flexões corretas para verbear eu quero e basta inverter todas as possibilidades possíveis mesmo que inviáveis até não poder mais leia logo essa sentença me mande logo pro exílio um exílio ali perto onde estão algumas felicidades até a felicidade de ser igual ao diferente em todos os minutos que sobram nos bolsos da velha calça jeans... 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Insaneana Brasileira Número 6 - São Quando Muito Brinquedos Apenas e Olhe Lá


será que basta beber contigo? será que basta beber até vomitar? será que basta negar mais que três vezes? porque se for assim meu grande amor tudo bem eu minto pra você com a cara mais deslavada e lavo meus pecados na pia do banheiro é ressaca eu bebo água é vontade que esteja em pronta ereção apesar de vazio o desejo supera muitas coisas com doces retoques ah foi bom me trair? faça de novo a maldade precisa que o tanque esteja cheio e o motor me ordem o atropelamento acontece quando menos se espera e nem fui eu que quis é a consequência natural de tudo que humano é não reclame foi o pedido que você fez para o garçom não reclame eu pago a conta e ainda dou a gorjeta sou menino educado saberei como ser bom carrasco é só colocar a cabeça e fechar os olhos deixarei boas marcas de dentes para que suspires não vou conjugar verbos solenemente prometo se você não me acreditar era tudo igual quando eu cheguei e eis que acabei bagunçando tudo era tudo igual e mesmo assim não fiz questão alguma absoluto e relativo são apenas questões absolutamente relativas ou relativamente absolutas agora e sempre amém não tente correr não corra está tudo guardado em várias pastas na minha área de trabalho é só ir até lá que eu acho tudo não importa que você vire a cara nem faça bico a minha vingança anda na ponta dos pés é um balé frenético feito de detalhes que passam despercebidos você que pediu aí está não posso mudar nem mudo esqueça já é tarde e o capítulo da novela já começou é a reprise do final que teve ontem e agora que repete interessa mais foi um bom final como quaisquer outros quanto mais complicado mais simples qualquer critério de avaliação serve qualquer história serve pra ser contada nem eu e nem você sabemos falar outra língua apenas fingimos que sabemos esqueça isso foi bom enquanto não durou faça de conta que o errado sou eu e está tudo bem faça de conta que a fogueira está preparada e daqui alguns minutos o bruxo será queimado ele fazia artimanhas com qualquer nome feio e isso é o que agora importa...

Insaneana Brasileira Número 5 - O Problema do Nove

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ai que me mato qualquer hora dessas e continuo vivendo por aí em doces transes ai que reconfiguro qualquer dia esse PC antes da nova ceia de tristes cavalheiros ai que me estranho e começo a me indagar sobre segredos novos e aí não paro mais e transcodifico qualquer sonho que aparecer desprevenido falta pimenta nesse angu e olhe lá há muito que eu quero pequenas maldades de esquina e risos novos não sou que escolheu tal tema para recortar canções de velhas paredes elas estão lá são tintas velhas e o tempo as desbota como o estabelecido no contrato até agora nem sei depois de feita qualquer conta dá zero vá lá e bata nele diga que assim dói menos e por enquanto estamos conversados não foi nada demais nem demenos hoje não falo com ninguém cansei meus ossos num passeio qualquer e a carne verde na mesa falta olhe lá que teimosia eu rimo em preto e vermelho quantas vezes quiser agora se você não sabe deveria saber ai que coisa boa pensar em algo que está no impossível tá que seja ou não eu bem podia falar certas coisas mas os sentidos estão sentimentalmente sem grãos grãos de pólvora ou grãos de bicos ou lentilhas num compromisso de ver um relógio indo nem me deu tchau ele nunca dá o mel esquenta e o dendê esfria e ainda em algumas ocasiões gritarei pois é melhor assim que ninguém escuta tirei as maiúsculas os pontos as vírgulas pra não engasgar sua educação é nenhuma mas sentemos logo há pão e vinho suficiente para novos feitiços o que foi que houve? você nem me cumprimentou disse que vinha mas não veio disse que seguraria minha mão antes do abismo mas sorriu e virou as costas e foi embora quem é você para me fazer tal coisa? o mau aqui sou eu e faço coisas boas eu que rio em rios de água e sal se não me entende tudo bem acostumejei tanto mais que isso é logo é já é mente ou não dê-me os castelos que prometeu mesmo que seja em pelo como um cavalo bravo que não quer ser montaria eu vejo depois o que pode acontecer deixe comigo pois entendo mais de carícias do que pode imaginar as teclas perdem as contas mas eu não eu conheço o paraíso estive muitas vezes lá mesmo que prefira o inferno o teu inferno o teu sofrer em outra pessoa não que seja em mim mesmo hoje e sempre... 

Insaneana Brasileira Número 4 - Teste de Balística


os homens falavam coisas grandes em altos discursos e ainda mais um pouco mas não sabiam nada quando muito tal palavra e olhe lá somos sérios como doentes terminais e iminentemente pulamos as poças d'água em dias mais insanos in sanos gastando latins emprateleirados para consumo imediato eram pianos sem elevadores que os levem até o último andar pianos de cauda magníficos que jogados do alto viram corpos marcados com giz na cena do crime antes jornal hoje rede social depois apenas a marca do frio no chão porque é frio como um teste é a rima que morreu sem deixar herdeiros e o estado ficou com tudo sentiu toda a dor beijou beijos que só são encosto de boca foi isso não foi beijo foram duas carnes se encostando em forma de várias formas e nada mais o um não virou dois como devera ser pássaros cantam a sim pois o dia teima e nasce foi parido até vezes mais do que merecíamos é o tal problema que se segue em alto brado retumbante estamos ser estar sem bem-estar sem nem estar sem quá quá quá sem lá lá lá e a culpa dança loucamente pela poeira e cai até mas se levanta de todos os túmulos eram questionários irrespondidos foi aquela gozada que eu te dei e nem me arrependi por falta de ensejo foi e foi e quem me dera estar ali mais vezes que pudesse nem santo nem demônio apenas apenas com minhas penas e pronto ponto afronto e dúvida mais que a maoria a guerra ainda procura novos ficantes e hora ou outra os há de achar serão felizes para sempre alguns minutos e um dia talvez se encontrem novamente até que a morte me separe ainda muitos decalques serão colados na branca geladeira e nas paredes de azulejo também nem todos são azuis mas são somente tons clarinhos ou desenhos fora do papel é isso descobrimos a chave mágica a chave do tamanho do mundo e umas besteiras contadas aqui e ali e no mais só isso...

Insaneana Brasileira Número 3 - Até Nas Chuvas


a mãe de Sula anda nessas chuvas com um sorriso trincado naquilo que um dia foi lábios mas que risida de nossa cara cate que cate coisas velhas e espalhe por outros lugares é lixo sim e vale mais que se pensa a confusão muitas vezes vale mais que tudo só as crianças conhecem os segredos de El-Rei e têm olhos fixos em tudo de resto enguecemos ou encegamos conforme o riscado ah guela torta cheia de sede mais uma só não é demais todas sedes são perdoáveis e mesmo mortos hoje já andaram nus eu nan tenho nada com isso eu noa fiz nada de mais era ansim no dia desses não peguei o avião nem fiz manobras vamos ali no china olhar tan coisas e nem sei mais o que houve Chico diz tudo mas ninguém quer escuitar Ziquinha e aí reside todo mal o mal de sentar de cômoda na sala sempre às oito pedindo que nada aconteça até o dia de sei lá quando tem mais outros muitos mais tudo passa mesmo Dindim até o passaredo que devia ficar eu nem me lembro mais que tanta letra é essa mas tudo bem adociei o bastante essa vida tola até que chegasse um outro tom é noite em alguns mais cantos e nem por isso a louca deixa de andar o senhor tem um cigarro aí? eu quero fumar eu preciso fumar eu gosto de fumar eu sou obcecadamente talmente a mente preciso de um descanso a cada milanos se quando muito e faço abrevidades de somais como ninguém o possa eu e o meu verbo no mei em estranho esquálido desfile de todas as bandeiras pavilhões modernos de fullscreen ainda mais carente do que antes outrora teve alguns tempos só de mim em que errar era coisa normal desde que fosse mais certo são anos e anos que não haveriam mais o que deixar para trás um Chico e outro senhores doutores a peça começa nessa a brasa reflete ao longe e ainda um outro riso estridente...

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Insaneana Brasileira Número 2 - Até Que Não


até que não moça bonita o que falha na verdade veio é assim espere um pouco se esperar basta e quando menos o riso vem é tudo surpresa nessa vida até o que se espera vem mas vem de outro passo entendeu? por ser complicado é que fica mais simples e simples ou enrola ou não depende de quantos copos engoelados fizemos entendeu? adivinhe a cor rosa dessa rosa cor-de-rosa e me ganhe um beijo entendeu? se não me fale que o prêmio pode também ser dos perdadores uma duas três eita quem sabe até mais é preciso dar muitos passos pra se chegar perto enquanto o longe fica logo depois da curva do caminho é preciso só ter engolicidade pra hora certa nada mais é old e gold e tals e sem mais delongas que venha a tonteira doce e mais que doce de céus e outros ares simples simples que nem o mingau no prato e o bebê sorrindo esses sim sabem o que fazem até que as regras desregrem tudo e faça da dança um desfile militar ah Ziquinha tu é má mesmo hein mãe da porra tu deixou a menina pentear o cabelo e fica com cara de velha? deixa pra lá a conta no caderninho da venda deixa pra lá tão nobres questões o fogo sobe pelas pernas pra lá no meio e isso não se controla ou evita é bom gozar em qualquer sentido ou em nenhum se for de preferência tal imagina eu no cadeirão ditando ordem esse aí deve ser meu gêmeo porque nunca fui assim nem pretendo muito quando eu rezar será falando e me ouvirão do mesmo jeito qualquer cidade serve desde que haja algum passarim e algum jardim que me faça carinho o resto manda-se um torpedo e esquece-se a resposta perguntar é o suficiente sem prabolagem alguma que trapalhe a dita a lida foi feita pra cansear algumas vezes e outras não é romance de pesca de rio se o mar falta...

Insaneana Brasileira Número 1 - A Apresentação


é esse problema Ziquinha viver e vivenciar mais que se pode e aos trancos o coração trancado beija as fotos antigas e retem coisas mais somenos feias pros olhos arderem inventar velhas coisas transformar aqui e acolá e vamos que nem ioiô por aí olhos esbugaiados sem ter medo porque o medo faz parte e é só isso um medo pai-d'égua que nos avicia em tudo e em nada se caímos do andaime é só mais clique numa página social e só nossa nossa nossa ficou mais que lindo essa exclamação de medo cotidianamente normal urbana rural em tempos de guerra permanente cadê o cara? ainda não chegou mas já vem levou nove meses embarrigado mais tantos pra aprender todo salamaleque que necessita e lhe assinaram carteira de burro viu tudo que não queria ou quis tudo que não viu e dá no mesmo os quatro elementos já bastavam quando muito e bau perdeu a chance de ser vento ou chuva ou os dois além de sol o que mais lhe fez enxergar tirou a visão e os sons que se embaralhavam num jogo feio quebraram o silêncio que dizia bem mais é por isso que às vezes sempre é bom virar a cara pra parede e dormir ou sair descalço pela rua chamando de fiodaputa o primeiro desinfeliz que aparecer pelas ventas tudo ou nada ou ainda as duas coisas paradoxal de vela acesa tremendo na ventania sem se apagar ó Dindim cadê aquele caderno? tinha tanta coisa pra pular e acabar de vez vá que eu ainda encontre uns tempinhos escondidos na manga e goze de tudo que der a besteiragem de mi vir pelo caminho sombrado foi tão bom uns tempos atrás vai que seja de novo e eu nem me liguei nessa contravenca é que o Demo faz muita hora extra tanto dentro como fora dos olhos quando não bate ponto numa igreja dessas de fuleragem por aí nesse mundeco de meu Deus opa opa opa se botar gasolina nessa fubica ela ainda roda tem ruas velhas com alguma compaixão e se o freio der na mão até que engraçado fica vamos jogar qual jogo que for depois de certo tempo linhas de caderno não guiam saletras e mão treme que nem dando passe lá na mesa branca confie em mim só um tiquinho malvado é que sou mas assim mesmo tuguenta o tranco é tudo história história como qualquer uma somos exagerados quase o tempo todo ou tempo nenhum se for de perto vamo que vamo não importa e se der algum piriri foi de emoção emocionados e amancebados com as rodilhas da vida inteira mede e remede que um dia dá...

Acho Que Já Conheci Tudo

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Acho que já conheci tudo
Pelo menos o que devia conhecer
Assisti a espetáculos mudo
Com medo apenas de morrer
E vi flores murcharem
E vi folhas caírem
E tantos ventos passarem
E tantos meus sonhos irem
Se alguma coisa a mim falta
Não faço nenhuma questão
A minha febre está alta
E funciona mal o coração
Os pés não obedecem mais
Os dedos estão adormecidos
Se passaram tantos carnavais
E nem todos foram vividos
Acho que não há o que conhecer
E se acontecer não faz mal
E se o escuro em volta crescer
É só fechar os olhos e tal...

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...