Solos de rock com pitadas de tango.
Augustos sanfoneiros tocando réquiens.
Muambas do Paraguai na feira livre.
Mamulengos discursando na capital.
Sonhos injetados no sistema venoso.
Gostaria de canibalizar suas nádegas.
Poemas de autoajuda em pedras-pomes.
Velhos atores com as suas novas caras.
Partidas de baseball realizadas no front.
Cafés instantâneos para óbitos súbitos.
Tristezas vendidas em nossos delivery.
Drones de gelatina sabor morango.
Clipes reais de cenas mais irreais.
Gatos viciados em comer melancia.
Platão explicando o mito da caserna.
Perfumes com odor de banheiro público.
Joviais sorvetes de mármore de Carrara.
Plantações improváveis e solitárias.
Becos improvisados para quase nada.
Muitos sinônimos para iguais fatalidades.
Urbanidades de todas as selvas falidas.
Siga a seta e pule finalmente no abismo.
Desceremos aos degraus do underground.
Múmias dando entrevista na televisão.
O nunca nunca mais apareceu por aqui.
Salgados somente com muito açúcar.
Borboletas quadradas jogando bola.
Eu vou dar corda no celular à carvão.
As melecas já foram devidamente polidas.
Como ontem hoje só temos zumbis vivos...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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