Espirais para não se acender.
Comercial de fósforos antigo.
Prazer mórbido de algum erro.
Estática quase em um êxtase.
Fobia frequente de si mesmo.
Pulo certeiro na cerca de arame.
Vendedores de errada certeza.
Fato consumado para consumo.
Discurso agradavelmente falso.
Documentário sobre coisa alguma.
Beleza vulgar de fiéis padrões.
Emoção inusitada da véspera.
Falso orgasmo do cotidiano.
Injustiça em letras garrafais.
Poetas que só erram docemente.
Nova demência para a moda.
Cachos agora finalmente lisos.
Beijo final na boca do carrasco.
Sentença de morte festejada.
Casamatas feitas de papelão.
Dinossauros rezando novenas.
Embriagado com sua saliva.
Morto em plena fila da morte.
Defumador aroma de plástico.
Passarinhos com acrofobia.
Masturbação na sessão da tarde.
Pernilongos usando próteses.
Virgindade por um dólar.
Darwin acordou com a macaca.
Bolachas de barro para lanche.
O menino vomitou espadas.
O guerreiro morreu correndo.
Gostamos de elefantes e sabiás.
A marcha é efetuada de costas.
A briga dos compadres deu samba.
Chocolates azuis são melhores.
Desmaios são para os burgueses.
O homem foi criado por engano.
Bom costume de arrotar peidando.
O gago narra partidas de futebol.
Espinhas de peixe agora enlatadas.
Mendigos agora andam de Uber.
A pornstar pregou na igreja.
Tudo pela metade pelo dobro.
A pomba da paz ganhou um tiro.
O remédio foi feito para adoecer.
Interessa o que a baiana não tem.
Livros são para colocar farinha.
Os esquimós foram para o Saara.
O analfabeto discursa em latim.
O galo só canta depois de meio-dia.
Essa comédia é uma coisa séria.
Enlouqueceu e foi mamar no gato.
Qualquer novidade não me avise.
Cavou sua cova com um palito de dentes.
Papel quase higiênico feito de lã.
Em alguma estrela está fazendo frio...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário