Mistura de misturas misturada
Eis a cabeça do poeta entrenuvens
Não tem sossego em hora alguma
Não tem paz em nenhuma entrerua
As palavras lhe abordam
E os sonhos sussurram aos seus ouvidos
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Se perguntarem por mim diga que não sabe
Se indagarem se tem me visto fale que não
Que não sabe de nada e não me vê faz tempo
Que até ia perguntar pela mesma coisa
É que eu ando meio que distraído
Fugindo da maldade dos homens
E brincando no meio das nuvens...
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Eu nunca fui rio.
Eu nunca fui mar.
Eu nunca fui céu.
Tudo que escrevo tem a pequenez
Das pobres pedras vadias
Que percorrem o mundo
(Suas ruas)
Mesmo quando este
Não é nada demais...
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Filosofia cheia de incertezas
Fórmulas milagrosas do nada
Esmoleres de apertos de botões
Nada ensina o imprevisível
Disfarçar a realidade não adianta
Só o tempo sabe o que diz...
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Todos os dias acabam implorando para serem diferentes, mas acabam sendo tão iguais. Com seu começo mais ou menos enganoso, fazendo promessas que nem sempre cumprem. Preparando planos que acabarão falhando. Carros andam na rua e não sabemos se a máquina apenas obedece ou quem as conduz. Toda tragédia tem sua data, não há um dia que estas falhem. Frio ou quente, tanto faz, o tempo não se importa com isso. Os coveiros trabalham cansativamente, mas trabalham. Copos serão enchidos e vazios em sua rotina. Todos os dias acabam implorando para não serem tolos, mas os homens é que são...
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Todo perto acaba sendo longe demais para essas pernas que um dia me obedeceram, mas hoje teimam que não. Agora não conheço mais os passos na areia da praia que tanto gostava, nem da feira do bairro com sua confusão que apreciava. Tudo continua existindo, certamente que sim, mas talvez eu não e nem me dei conta disso...
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Escolho as palavras dos versos que talvez nem sejam lidos, isto perdeu sua importância. Os poetas não conseguem engolir as palavras, acontece o milagre e elas acabam indo se transformar os versos. E os versos são mais eternos do que se possa pensar...
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