Não fui eu! Não fui eu!
Não fui culpado se o amor morreu
Se o carnaval acabou indo embora
Se o espelho não sorri mais pra mim
Não fui culpado se a flor murchou
Se as folhas caíram no chão
E se a poeira invadiu todos os cantos
O culpado foi o relógio malvado...
Não fui eu! Não fui eu!
Eu juro que não fui eu!...
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Dias claros como qualquer
Insetos humanos para seu afã
Quando a felicidade vai chegar?
Amanhã! Amanhã!
Dias seguintes a escuridão
A vida é a nova a morte a anciã
Quando poderemos descansar?
Amanhã! Amanhã!...
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A ideia
Sem plateia
Apenas isso
A imaginação
Sem sedução
Apenas isso
Um cata-vento
Catando o vento.
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Peguei uma tesoura sem desejos
Desejadamente desconhecida
Fiz todos os dias sem ensejos
E acabei recortando - minha vida...
Apenas muitos anos aparentes
Tudo não anda corre apenas demais
Depressa ligeiros tão frequentes
E tudo pelo caminho - ficou lá atrás...
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Quando era menino fazia perguntas
E tinha muita pressa pelas respostas
Queria saber como as nuvens subiam
Queria saber como os rios não cansavam
E se os lagos eram rios com preguiça
Queria saber de onde vieram as perguntas
Hoje faço diferente - não pergunto mais
E velho espero de forma quase serena
As respostas baterem em minha porta...
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É tudo apenas a mesma rotina - como o respirar
As necessidades básicas chegam logo gritando
Mas se recusam a tirar suas muitas máscaras
É tudo apenas a mesma rotina - o sanguíneo pulsar
As necessidades não-necessárias de mansinho
Mostram seus rostos e teimamos em desconhecer...
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Parece uma lenda, isso sim
Havia um homem no meio da multidão
Que se recusou em ser igual aos outros
Que não queria fazer tudo sempre igual
Mas até um dia que notaram isso
E aí, pobre coitado, acabaram imitando
E os outros que ficaram iguais a ele...
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