Um pedaço de poesia
Feito um pedaço de pão
O pão para a boca
A poesia para o coração
Um rima inexata
Não faço muita questão
Desde que voe ao céu
Não chore aqui no chão...
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Meu coração de quintal
Não precisa de mundo grande
Para ser o que é...
Precisa de flores pequenas
Que surjam do nada do chão...
Precisa de passarinhos vindo
Para cantar qualquer coisa...
Precisa de bichos pequenos
Que nem eu mesmo sou...
Meu coração de quintal
Não precisa ser um outro mundo
Pois já é o mundo todo...
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E a mão dela era o suficiente
Suficiente para um carinho
De mil choques elétricos...
Era o que eu queria sempre
Para os dias mais frios
Que a alma pudesse suportar...
Era suficiente para conseguir
Ser mais rico de todos os homens
E comprar até as estrelas do céu...
Mas foi a que me soltou
E deixou me afogar sem mais nada
Nesse mar noturno que estou...
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Os números morrem
Os segundos - correm
A areia escapa entre os dedos
Toda coragem é feita de medos
As fantasias sempre acontecem
Até dias mais claros - escurecem...
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Não me façam muitas perguntas
Por favor, apenas olhem...
Olhem o tamanho da estrada
E compreendam meu cansaço...
Olhem a amplitude da queda
E entendam a minha ferida...
Não lamentem comigo
Por favor, apenas olhem...
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Quando as luzes se apagam
E meus olhos fecham
Ainda assim posso ver teus olhos
Brilhando qual duas estrelas
No ponto mais longínquo que há
Talvez uma casa aqui perto
Nem se importando comigo...
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Se um dia fui feliz, não sei
A felicidade é quase invisível, sabe?
Se um dia fui feliz, desconheço
Ela é tão suave, não sentimos seu toque...
Se um dia fui feliz, ignoro
O amor é um veneno mortal, nem reparamos...
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