sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Monotonia Em Último (De)Grau


Mas o espelho do espelho do espelho

É apenas mais uma paixão...


Brindemos com champanhe sem álcool

Discursos malvados e aveludados

Tropecemos em pedras imaginárias

Em procissões sem padroeiro algum...


E o dia que era o dia do dia

Tinha toda uma escuridão...


Inventemos uma festa que seja qualquer

Para que o luto não nos engula

Façamos de conta que essa tal conta

Tem alergia a qualquer matemática...


E o só estava só porque era só

Como tudo o que morre...


Como folhas que querem sair voando

Mas esqueceram de suas asas

E que ao tentar somente uma vez

Acabam amortalhando o chão...


E eu era o bicho do bicho do bicho

Só não sei de qual raça...


Sigamos com o carro na contramão

Esquecendo todas as feridas

Como idiotas que sempre fomos

Querendo carnavais sob temporais...


Sempre o Capeta do Capeta do Capeta

Nesse Inferno que temos aqui...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...