Mas o espelho do espelho do espelho
É apenas mais uma paixão...
Brindemos com champanhe sem álcool
Discursos malvados e aveludados
Tropecemos em pedras imaginárias
Em procissões sem padroeiro algum...
E o dia que era o dia do dia
Tinha toda uma escuridão...
Inventemos uma festa que seja qualquer
Para que o luto não nos engula
Façamos de conta que essa tal conta
Tem alergia a qualquer matemática...
E o só estava só porque era só
Como tudo o que morre...
Como folhas que querem sair voando
Mas esqueceram de suas asas
E que ao tentar somente uma vez
Acabam amortalhando o chão...
E eu era o bicho do bicho do bicho
Só não sei de qual raça...
Sigamos com o carro na contramão
Esquecendo todas as feridas
Como idiotas que sempre fomos
Querendo carnavais sob temporais...
Sempre o Capeta do Capeta do Capeta
Nesse Inferno que temos aqui...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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