segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 321

Monto teu corpo pedaço à pedaço

Como um menino monta um quebra-cabeças

Componho todos os teus nuances

Como um paisagista que acordou inspirado

Escolho tuas cores uma à uma

Qual um pintor com a mais infinita alegria

De minha alma sairás suave ou não

Como um escultor que enxerga o amanhã

Como um cantor que solta a voz

Mesmo quando ninguém o escute

É isto que consigo fazer agora e sempre

Mesmo quando a obra sejam versos...


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Sem sombra de dúvida

Sem mero acaso

Não há passeio algum

Para esta jornada

Chamada vida

Aqui estamos todos

Sem nenhuma exceção

Para darmos o melhor

Mesmo quando o preço

Seja - a morte...


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Eu sou o fantasma do que era

Com minhas angústias e aflições

Eu sou a madrugada fria

Em que o silêncio dá mais medo

Eu sou o medo de cada guerra

Que cada manchete anunciou

O tombo e o riso e a maldade

Que acaba sendo tal cotidiano...


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Era uma hora qualquer...

E as nuvens assim gritavam

Querendo anunciar a chuva

Que certamente cairia...

Era uma hora qualquer...

E o luto quase festejava

Porque repetia lições

Que teimávamos não aprender...

Era uma hora qualquer...


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- Não insista! - Gritei para mim mesmo

Enquanto meus pés iam sangrando

Caminhando atrás do arisco amor...

- Pare, seu idiota! - Avisei zangado

Para o desejo teimoso e arriscado

Que ia ignorando todo o abismo...

- Vá rindo, bobão! - Falou o espelho

Enquanto ia mirando o meu rosto

Esperando mais um dia ir morrendo...


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Espero asas, senhor, espero asas!

Como quem não sabe a rota de fuga

Mas que tanto necessita dela!

Espero sonhos, senhor, espero sonhos!

Igualzinho quem sonha mesmo acordado

Pois sem sonhos não se pode viver!

Espero amores, senhor, espero amores!

Pois sem amores serei apenas arremedo

Daquilo que nunca quis realmente ser!

Espero asas, senhor, espero asas!

Como quem já ganhou todos os céus

Mas ainda precisa ir buscá-los!...


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Vou me perdoar pelos erros que cometi,

Cada um dos que fiz foi com a intenção de acertar.

Vou esquecer todos os amores que não tive,

O amor nunca acaba, só se transforma.

Vou desprezar cada nova ruga que aparece,

São como os passos por essa longa estrada.

Vou tentar dançar mesmo sem saber os passos,

Quem sabe uma hora eu acabo acertando?

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