Quero morrer logo,
Quero morrer já,
Não com o desespero dos suicidas,
Mas com a calma dos que não têm mais nada...
Sem bandeiras,
Sem fronteiras,
Sem meta e sem posse alguma...
Velho como a parede que cai,
A parede que está sob o teto que desmorona,
O teto que desmorona sob a chuva covarde,
A chuva covarde que cai deste céu desgraçado...
Sem enfeites,
Sem ternuras,
Sem amanhã e sem ontem também...
Quis viver um dia,
Quis sorrir um dia,
Mas o choro é mestre de todas as coisas
E faz questão de estar presente nelas...
Sem epitáfio,
Sem explicação,
Sem pecado e sem perdão...
Queria morrer logo,
Queria morrer já,
Talvez com o desespero dos tolos
E com a calma dos que não têm mais nada...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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