sábado, 16 de novembro de 2024

Desesperança


Quero morrer logo,

Quero morrer já,

Não com o desespero dos suicidas,

Mas com a calma dos que não têm mais nada...


Sem bandeiras,

Sem fronteiras,

Sem meta e sem posse alguma...


Velho como a parede que cai,

A parede que está sob o teto que desmorona,

O teto que desmorona sob a chuva covarde,

A chuva covarde que cai deste céu desgraçado...


Sem enfeites,

Sem ternuras,

Sem amanhã e sem ontem também...


Quis viver um dia,

Quis sorrir um dia,

Mas o choro é mestre de todas as coisas

E faz questão de estar presente nelas...


Sem epitáfio,

Sem explicação,

Sem pecado e sem perdão...


Queria morrer logo,

Queria morrer já,

Talvez com o desespero dos tolos

E com a calma dos que não têm mais nada...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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