O lado esquerdo
A mão esquerda
O coração
As nuvens calmas
A tempestade
Eterna dúvida
A minha ternura
A paixão...
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Não tenho o corpo fechado
Mas tenho a alma aberta
Meu peito não guarda muitas alegrias
Porém meu coração sempre esteve lá
Não posso escolher meus dias
Mas posso rir em qualquer um
Não sou dono de minhas necessidades
Todavia eu mando em meus sonhos
Não controlo a vida e a morte
Mas mando no medo que tenho delas...
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É quase poesia, é quase...
Além do muro existia fantasia
E eu queria voar além dos céus
Como passarinho que nunca fui...
É quase poesia, é quase...
Atrás da porta existia a dúvida
Se seria imortal ou não
Mas isso pouco me importava...
É quase poesia, é quase...
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E vamos torcendo para o mocinho
Mas nem sempre ele vence no final...
E queremos um final feliz feito novela
Mas a vida quase sempre é diferente...
E no fundo desejamos que a festa não acabe
Mas tudo acaba uma hora terminando...
E tentamos prender nosso choro
Mas a água obedece a lei da gravidade...
E queremos que as frases bonitas aconteçam
Mas são somente algumas palavras...
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Para onde vai esse barco chamado corpo?
Sai do cais todos os dias rumo à tempestade...
Esse pássaro voa sempre em que direção?
Vai para a armadilha que o prenda na gaiola...
Esse amor toma que rumo quando acontece?
Para a casa do impossível onde ele mora...
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Para a elite deixo meus sinceros pêsames
Correram tanto para perder a corrida
Comeram tanto para não terem mais corpos
Aprenderam tanto para não saberem nada
Moraram tão bem para depois apodrecerem
Tiveram mais e mais nada irão levar
Ganharam o mundo e perderam sua alma
Para a elite deixo meus sinceros pêsames...
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Mesmo aquele que não conheço
Merece ser chamado de meu irmão
Tem os mesmos tipos de dores
Chora e ri como todos assim fazem
Possui as mesmas necessidades
Veio um dia e irá em outro
Não sabe se continuará ou não
Independente daquilo que acredita
Mora no mesmo mundo que moramos
Mesmo aquele que não conheço
Merece ser chamado de meu irmão...