sábado, 7 de dezembro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 324

Quando a dor vira luxo

E o medo vira detalhe

A mentira faz discursos

Eis aí nossa cidade

Cidade cidade cidade

De mortos felizes

E vivos tão tristes...


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Os restos do prato

Os restos do dia

O tempo corre

Sem pressa alguma

Peças de dominó

Que nós chamamos

De sucessão...


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Depois da chuva, terra molhada, folhas molhadas, um ar quase frio. Mais do que meu coração? Sei não... Se haverá sol, nunca sabemos, mesmo olhando para o alto. Os passarinhos voarão? Sei não... Depois do sono, mais um quase sono, despertar é quase triste. Triste está essa minha emoção? Sei não...


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Talvez eu engula o tempo e pule no passado como quem faz parkour sem sequer ter algum corpo. Talvez eu me mate e continue vivo colecionando tristezas que são como parasitas. Talvez eu junte algumas palavras e faça um manifesto sobre borboletas e bombardeiros. Talvez eu descasque a fruta e coma a casca pois é assim os nossos tempos. Talvez a loucura me explique seu ponto de vista e eu acabe entendendo o que nunca fui...


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Pombos na praça. Nem todas elas. Mas a maioria. Vírgulas para choros. Precisamos descansar. Mesmo que de forma insuficiente. Zás! O mágico acabou fazendo o que nem ele mesmo sabia. Como é engraçado. O tempo assassina sem armas. Os tiros não possuem projéteis. As bundas agora estão em alta. E o pagode chinês agora vive na laje...


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É apenas um corte, uma falha na matrix. Apenas um rastro que a caça deixou, vai ser seu último erro. Não queremos saber de mais nada, além de nossas necessidades básicas. É tudo um mero milagre, uma palavra que acertou o alvo. Vida e morte pulando amarelinha, eterna brincadeira de mau-gostou ou não. Um barulho me chamou a atenção, o brilho de uma imagem ofuscou-me os olhos. Nada está acerto e nem errado, por falar nisto. Eu sou o meu maior inventor, tem certa certeza do que afirmo...


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Tudo continua, podemos não ver, mas continua. Nossos sentidos são programados exatamente para isso - falharem. Nada acaba, eis a maior de todas as verdades. Nada deixa de respirar, só mudam de lugar. Matéria e espírito de braços dados, sempre e sempre. A saudade vem tomar café comigo toda vez que pode.

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