Carne quase crua e ainda pulsante
Frêmito de um desejo que nem tive
Estamos todos gritando em coro
Numa poesia sem algum valor algum
Quantas vezes esconderam os ases
O último sempre será apenas último
Repito palavras engraçadas de luto
Enquanto a mente não pega o fio
Eu mesmo me estrangulo diariamente
E toda joia acaba não tendo valor
Meus ossos guardados numa caixa
Não me lembro de mais coisa alguma
Recordar é apenas então recordar
Lamentos em nada compensam algo
Todo cinismo parece bem comportado
O elogio pode ser um soco na cara
Apertem um botão e deletem tudo
Como quem manda um míssil letal
Meu cão é manso e assim morde
Branca de Neve agora no fast-food
O amanhã não sabe se vem ou não
O paciente quer tomar uma cachaça
Faremos um novo festival de moscas
Erramos e acendemos o farol de dia
Quero me drogar com meus sonhos
E fazer uma novo dança de chuva
Com gotas feitas de cacos de vidro
Carne quase crua e ainda pulsante...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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