Emojis tatuados em plásticas nádegas
Anúncios de uma redenção inexistente
Esferas quadradas em suaves insinuações
No botequim da vida vai começar o samba
E o triste enredo seremos todos nós...!
Orquídeas maculadas em tramas brutos
Provas de fogo em céleres afogamentos
Zumbis usando crachá para nobre ofício
Eis a nova novidade de mais antiguidade
Relógios de ferro em brasas nos pulsos...!
Pensamentos clandestinos tão perigosos
Farrapos comprados em ricas boutiques
Enquanto alguém come sua merda ao vivo
E esfrega o resto no rosto de quem filma
Documento expresso de como se é imbecil...!
Registros tácitos dessa nossa tolice aguda
Inveja do fracasso servido em bandejas
Nada mais feliz do que a nossa infelicidade
Esquecemos que esquecemos que esquecemos
Meu demônio desperta por todas manhãs...!
Materiais bélicos para nossa falsa cura
Vampiros burgueses que só querem mamar
O chão sujo do quarto do meu desespero
Manhãs com mania de serem sempre noites
Mickey Mouse desfilando na feira de Acari...!
Sexo inocente de primos na sala de jantar
Gaviões fazendo curso para serem pombos
Saiotes de pregos para dançarinas de vidro
Cocares de neon para moças de família
Ele cuspiu no prato que nunca comeu...!
Pilatos lavou suas mãos com sua urina
Prova surpresa totalmente aguardada
Tudo aquilo que aprendi que não saberei
No botequim da vida vai começar o samba
E o triste enredo seremos todos nós...!
(Extraído do livro "Pane na Casa de Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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