sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 327

Talvez eu me fira mais do que deveria, mas os machucados possuem uma atração quase que irresistível para serem o centro das atenções. Talvez minhas reclamações sejam repletas de exageros, mas ser humano me leva para esse caminho, esse tipo de cegueira ainda não me atingiu. Talvez eu queira ter o que não é meu destino, mas de outra forma eu desistiria, desistir não pertence a minha natureza, a teimosia sim. Eu sou apenas aquilo que sou...


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Peças de um tabuleiro de xadrez - somos nós

O que é o tabuleiro?- o mundo

Qual é a partida? - a vida

Qual é o final do jogo? - a morte

Quem cai primeiro? - pobres peões

O que nunca acontece - o empate...


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Nunca abrirei mão de rir, mesmo que a tristeza esteja aqui bem do meu lado. Não deixarei de comemorar os carnavais, ainda que minha alma esteja de luto. De forma alguma recusarei voar, asas quebradas pouco importam para isso. Eu sou o último dos últimos, mas nem isso acaba me afetando...


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E o cara achava que era esperto, mas era um tolo. Com seu novo espelho de tela de sei lá quantas prestações achava que sabia tudo. Perdeu seu tempo, otário! Fez tudo que as instruções do manual mandavam... Era um boneco, isso sim! Um mamulengo de feira, preso por cordinhas. Não escolhe o que come, o que bebe. Não sabe em quem vota, quem mente ou quem fala a verdade. E o cara achava que era vivo, mas morreu faz tempo...


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E os quadros pelas paredes e o ledo engano - pensamos que pensamos. Não nos é dado vontade alguma, se a temos, não basta só isso. Querer nem sempre é poder, pode ser apenas chorar. E as senhas todas guardadas. Mas nada é mais seguro, nossos compromissos pesam toneladas. E o que não tem peso algum, tem sido nossa cruz mais pesada. E os quadros pelas paredes e o ledo engano - quem garante que amamos?


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Meu coração cheio de qualquer coisa, menos de alegria. Medo? Talvez sim, talvez não. No meio da madrugada, meu maior perigo sou eu mesmo... Solidão? Talvez sim, talvez não. Eu ando acompanhado de meus sonhos, eles me falam muito... Tristeza? Talvez sim, talvez não. O costume entorta até os ossos, todo luto acaba virando folia... Raiva? Talvez sim, talvez não. Gostaria de morder aquela pedra, antes que ela me morda... Meu coração cheio de qualquer coisa, menos de alegria...


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O que é que tem no fundo desse peito? 

Um cadáver chamado coração...

O que é que tem no fundo dessa alma?

Um abismo que eu mesmo é que fiz...

O que é essa sombra que lhe persegue?

A minha saudade que nunca parte...

O que é? O que é? O que é?...

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