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Eu sou um pássaro! Eu sou um pássaro! Gritava meu peito de forma involuntária. Pois queria voar, mas não podia. O chão é o meu limite, assim como o é de todos nós, homens... Eu sou um sonho! Eu sou um sonho! A pobre mente ia pelo avesso, mesmo que a fisiologia declarasse o inverso. O tempo provava o contrário disso tudo...
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Queria eu que o mundo pudesse ver minhas palavras. Mas sua cegueira não permite tal coisa. Os homens só enxergam montanhas, esquecem que elas são feitas de pequenas pedras, como esta que sou. Queria eu que o mundo escutasse meu canto quase silencioso. Mas sua surdez impede isso. Querem milhares de decibéis, mesmo quando isso nada diga...
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Além do muro, a tristeza, o medo, a dúvida. O que há do outro lado? Além da vida, o tudo, o nada, nunca se sabe. Quem tem a chave para tal enigma? Além do rio, outras terras, até os fins. O que acontece se ele acaba? O mar acaba tomando conta de tudo...
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Corvos em matilhas, lobos voando, espelhos que falam, o poeta delirando. Fados felizes, amnésia recordando, tragédias sem gregos, o poeta delirando. Celulares queimados, o viciado gritando, viajar para o passado, o poeta delirando. Portões batendo, o coração pulando, a gaiola fechada, o poeta delirando. Repetir mantras vazios, o dia-a-dia torturando, eu tremo e não é de frio, é o poeta delirando...
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Puro deleite, o nada, melhor que a dúvida, essa nos aflige. Casa abandonada, paredes cheias de teias, nossa memória aguardando ser habitada. Tudo passa, não tem explicação, a explicação é essa...
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Tudo é dança, tudo é dança,
Um pedaço de alma, um bocado de esperança
Por isso nunca deixemos de dançar,
Dançam as nuvens no céu e as ondas no mar
Dança quem ri e quem chora,
Quem fica e quem vai embora,
Dança quem ama e quem nunca amou,
Quem vive beijando e quem nunca beijou,
Tudo é dança, tudo é dança,
Um pedaço de nada, um bocado de esperança...
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