domingo, 22 de dezembro de 2024

Pane et Circenses

O circo pega fogo

Mas desta vez o clown não fica alegre

Mesmo quando tudo parece

Ser motivo de algum riso...


Fogo na mata

Fogo na rua

Fogo no rabo

Sem nenhum cessar-fogo...


A mentira rende mais

Não importa quem foi atingido agora

A crueldade atinge os céus

E alto e abismo são parecidos...


Fogo na água

Fogo na favela

Fogo na goela

Sem nenhum cessar-fogo...


A máquina já veio com defeito

A culpa é da fábrica ou talvez não é

Quem corre primeiro para a fonte

Talvez possa usá-la como espelho...


Fogo na saia

Fogo nas calças

Fogo na estrada

Sem nenhum cessar-fogo...


A mediocridade rende mais

O único coletivo que há é o ônibus

A elite e a ralé andam sempre juntas

Máscaras é o que nos protege...


Fogo no fogo

Fogo no ar

Fogo na terra

Sem nenhum cessar-fogo...!


(Extraído do livro "Pane na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quase Um Réquiem

Réquiem é coisa pra comer, tio? Não, minha querida, é pra escutar... Os mortos não comem, mas escutam... Assim como você ao Pietro perguntar...