Nunca fui bom, ao contrário, só nas horas vagas,
Quando se é menino isso não conta
(Até a maldade é boa quando somos meninos)
Sempre sonhei com as muitas estrelas do céu,
Sonhar é um vício como outro qualquer,
Até pior porque nunca percebemos isso...
Não sou um demônio, sou bem pior,
Sou humano e seria capaz de matar
Para chorar logo em seguida pelo arrependimento
Que não tenho e que nunca vou ter,
Olhem para os livros de história
E vão ver milhares de crimes semelhantes...
Tenho tido, de uns tempos pra cá,
Dúvidas de uma grande crueldade que me fere:
Amei realmente ou só me amei no outro?
Todos os meus desamores não puderam me matar
E acabaram sendo substituídos por outros
Alguns melhores e outros mais vulgares ainda...
Em todos os meus dias há pecados novos que inventei
Cada verso que acabo fazendo mostram um poeta
Alguém que na verdade eu nem sei se sou
A minha rudeza andou comigo em todas as ruas
E o meu silêncio era de um cão muito feroz
Que esperava impaciente morder o primeiro incauto...
Ainda não subi em nenhum patíbulo
Para deleite de uma multidão que subirá um dia
Eu não possuo calma ou paciência alguma
Apenas uso meus dons de um camaleão traiçoeiro
Esperando pelo inseto parado no galho,
Só eu sei de alguns enigmas e morrerei com eles...
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