Pedra, guitarra, rosa, poeira
Desconexidades em minha mente vadia
Os cigarros que terminam de queimar sozinhos
Os chãos que estremecem sem bombas
Um mendigo estende a mão para as moedas
E os uniformes dos alunos estão impecáveis
Canções, berros, hippies, clowns
Acabei de acender mais uma fogueira
E as folhas cantam num coral impecável
Meu sono não se incomoda como era antes
Quando os passos de minha mãe madrugavam
No afã de fazer o primeiro dos cafés da jornada
Cabelos, desenhos, espelhos, cristais
Cada dia tem seus segredos e suas exposições
Como a nudez que nos imprime marcas sutis
Estamos andando num carro veloz na contramão
E as sedas que colocaram acabaram rasgando
Com tantas tabelas que temos que cumprir
Flechas, lampiões, serões, estátuas
Quando nossa garganta acaba secando
E alguém acaba fazendo frases mais geniais
As novidades vão invadindo a mídia local
E alguns rituais acabam surgindo do nada
Para que a tolice possa cumprir o seu papel
Afagos, desnorteios, esperas, espinhos
Em baús de papel guardamos eternas recordações
Choveu muito ontem e agora o chão já secou
Signos cabalísticos procuram os seus galhos
Enquanto os loucos dançam ciranda na praça
Nada é mais compreensível do que é ilógico
Acrobatas, façanhas, enigmas, correntezas
Toda transformação acaba doendo um pouco
Tenho muitas dúvidas para cada uma certeza
Os colares no pescoço dela brilham estrelamente
E o vidro que caiu e quebrou me traça mapas
Espero que a minha embriaguez passe logo
Eu faço mais milagres antes de acordar...
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