Eu me calava,
Num silencioso alarido
Quase acordando o dia...
Sim, fui eu que acendi as nuvens
Como lampiões no meio da noite
E não consegui
Mais apagar nenhuma delas...
Enquanto ela demonstrava beleza
Mesmo que vulgar,
A minha genética me maltratou
Fazendo pouco caso de mim...
Eu me embriaguei sem um gole,
Andei tonteando
Por todas as ruas da cidade
Feito um infeliz forasteiro...
A viola arrebentou a corda,
O desafino me veio
Porque não há outro grito
Para meu desamado amor...
Acendamos algumas velas
Para os mortos que somos,
É tudo uma morbidez
Que nunca vamos escapar...
Todos nós vivemos
Mesmo um segundo
Que corre no cronômetro
Dando certo ou não...
Enquanto ele falava de amor
Eu ruminava seco
Algumas maldades rudes
Até esse dia morrer...
Eu mesmo... Eu mesmo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário