segunda-feira, 11 de abril de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 156

 

Todo amor

afogando a gente

sem ter água pra isso

caí numa poça d'água

e me afoguei 

assim mesmo...

Que dia era?

O que te conheci...


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Não temos tempo

o tempo que temos é para sonhar

Não mate seus sonhos

só eles existem - você não...

Você, todos nós, somos ilusões

Ilusões mesquinhas

precisando de coisas mesquinhas

que quando chegam

não precisamos mais...


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Sou um catador de fantasias

Levo-as em meus bolsos com todo cuidado

Para depois deixá-las na gaveta da memória

Velhas histórias também servem

Mesmo que esquecidas

Guardo-me o direito de contá-las

Todas as vezes que assim o quiser...


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Fora daqui, tristeza!

Você não foi convidada

mas acabou vindo,

Lhe tratei como um convidado

Que não era...

Bebeu dos meus sonhos desfeitos,

devorou minhas fantasias,

riu dos sorrisos que não dei,

ficou por vários dias 

junto com a solidão me maltratando...

Fora daqui, tristeza!

Você não foi convidada

mas acabou vindo...


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Só me lembro que não me lembro do que me lembro que não me lembro. Tudo vai embora que nem água da torneira caindo na pia. A preguiça chegou de não sei onde para nos matar lentamente. Queremos fugir, mas não queremos tanto quanto nosso fatalismo mais do que natural. Pares desaparecidos eternizaram-se em uma boca que não mais fala. Mas os ares são constantes como na matemática mais pura possível. Ramos e Roma são parecidos com seus reis com a mãos sujas de alheio sangue. São muitas histórias e poucos assentos. Viva a perfídia industrializada e os comerciais da goiabada em pó! A inocência desfeita se transformou num zumbi esteticamente bem bonito com uma voz mais bonita ainda. Eu quero todas as águas que esses olhos castanhos poderiam ter me dado. Só me lembro que não me lembro do que me lembro que não me lembro.


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O dia acordou antes do dia

Uma claridade sem sol

E algum sono já sacrificado

Perambula caçando 

Espelhos algo manchados

Milhares de pernas espalhadas

Tentando impossível silêncio

Pontos lotados de vultos escuros

Coletivos mais que apertados

Cafés mal quentes

Crimes e milagres por acontecer

Chuva suor e alguma cachaça

( Os trios elétricos estão de folga)

Sem se importar com frevos ou não

O dia acordo antes do dia

Um outro aborto que não deu certo...


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Eu faço rimas óbvias como qualquer um, nem a fama nos impede de vulgaridades. Originalmente vemos as mesmas cores, os mesmos desejos nos atormentam, gostos dessemelhantes, mas contudo parecidos. Só a inocência nos livra das culpas, nem os carrascos escapam. Os anjos deixaram suas asas no céu, ficaram de buscar, mas por enquanto não...


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