domingo, 17 de abril de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 159




Corda bamba

Isso dá samba

Todos amores que guardo

Mesmo se me acovardo

De nada falar

Só chorar...


Corda tensa

A tua presença

Me deixa a alma em pedaços

Sou mais um dos palhaços

Sem plateia

Me falta ideia...


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Cada um tenha seus ódios

Humanos é o que somos

Entre nossas lágrimas e sombras

Donos de acertos ou de erros

Cada espelho uma história

Uma careta feita de aflição

E de algum riso talvez

Eu sou a minha sentença

E o meu próprio castigo

Quem mandou sonhar?

Quem mandou amar o que não pode?

Nem todas as velas do mundo

Poderão iluminar meu caminho...


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Ceguei meus olhos para não mais ver a tristeza

Estourei meus tímpanos para não ouvir seus lamentos

Mas de nada adiantou...

Ela estava além de todas as escuridões possíveis

E seus gemidos eram das próprias batidas do coração...

Juntei todas as minhas lágrimas para afogar-me

Cortei meus pulsos para a fraqueza atirar-me ao chão

Mas de nada adiantou...

As lágrimas faziam parte do meu roteiro de ilusões

E o corpo era o de menos em relação com minha alma...

Decidi então continuar andando e andando

Até que meus pés não sentissem mais nada

E aí sim adiantou alguma coisa por menor que fosse...


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Meu demônio é solene e grave

Mais que de alguns malditos

Gosta de silêncios intermináveis

E medita sobre muitos enigmas

Cujas respostas são evidentes

Sua memória continua boa

Lembra de tantas velhas alegrias

Que o tempo matou impiedosamente

E de velhos carnavais de outrora

Que foram para não mais retornar

Meu demônio é soturno e malicioso

Mais que de alguns poetas

Chora meus versos até não poder mais...


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Não sei se era o sono

Ou a perspectiva de dias tristonhos

Se era o frio que fazia lá fora

Ou um carnaval sacrificado aqui dentro

Não sei se era eu mesmo

Ou se outro de mim mais desesperado

Não com a morte pois é certeza

Mas com a vida que é desagrado

E apenas isso nos basta...


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Tudo é um desperdício...

Chorar só cansa os olhos

enquanto a tristeza ri da nossa cara...

Desesperar é uma representação

Para que a plateia malvada aplauda...

Lutar por uma causa

Já que o ser humano não mudará...

Se apegar aos sonhos

Pois todos eles estão fadados à morrer...

Querer todas as fantasias

Todas elas envelhecem e rasgam...

Esperar algo dessa vida

Se apenas nos falam de outra sem mostrar...


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O jovem poeta faz seus versos

e mesmo nos escombros da tristeza

ainda sobrevive alguma esperança...

Para o velho poeta isso não há mais

é como uma música de improviso

que ao acabar veio o esquecimento...


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