Corda bamba
Isso dá samba
Todos amores que guardo
Mesmo se me acovardo
De nada falar
Só chorar...
Corda tensa
A tua presença
Me deixa a alma em pedaços
Sou mais um dos palhaços
Sem plateia
Me falta ideia...
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Cada um tenha seus ódios
Humanos é o que somos
Entre nossas lágrimas e sombras
Donos de acertos ou de erros
Cada espelho uma história
Uma careta feita de aflição
E de algum riso talvez
Eu sou a minha sentença
E o meu próprio castigo
Quem mandou sonhar?
Quem mandou amar o que não pode?
Nem todas as velas do mundo
Poderão iluminar meu caminho...
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Ceguei meus olhos para não mais ver a tristeza
Estourei meus tímpanos para não ouvir seus lamentos
Mas de nada adiantou...
Ela estava além de todas as escuridões possíveis
E seus gemidos eram das próprias batidas do coração...
Juntei todas as minhas lágrimas para afogar-me
Cortei meus pulsos para a fraqueza atirar-me ao chão
Mas de nada adiantou...
As lágrimas faziam parte do meu roteiro de ilusões
E o corpo era o de menos em relação com minha alma...
Decidi então continuar andando e andando
Até que meus pés não sentissem mais nada
E aí sim adiantou alguma coisa por menor que fosse...
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Meu demônio é solene e grave
Mais que de alguns malditos
Gosta de silêncios intermináveis
E medita sobre muitos enigmas
Cujas respostas são evidentes
Sua memória continua boa
Lembra de tantas velhas alegrias
Que o tempo matou impiedosamente
E de velhos carnavais de outrora
Que foram para não mais retornar
Meu demônio é soturno e malicioso
Mais que de alguns poetas
Chora meus versos até não poder mais...
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Não sei se era o sono
Ou a perspectiva de dias tristonhos
Se era o frio que fazia lá fora
Ou um carnaval sacrificado aqui dentro
Não sei se era eu mesmo
Ou se outro de mim mais desesperado
Não com a morte pois é certeza
Mas com a vida que é desagrado
E apenas isso nos basta...
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Tudo é um desperdício...
Chorar só cansa os olhos
enquanto a tristeza ri da nossa cara...
Desesperar é uma representação
Para que a plateia malvada aplauda...
Lutar por uma causa
Já que o ser humano não mudará...
Se apegar aos sonhos
Pois todos eles estão fadados à morrer...
Querer todas as fantasias
Todas elas envelhecem e rasgam...
Esperar algo dessa vida
Se apenas nos falam de outra sem mostrar...
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O jovem poeta faz seus versos
e mesmo nos escombros da tristeza
ainda sobrevive alguma esperança...
Para o velho poeta isso não há mais
é como uma música de improviso
que ao acabar veio o esquecimento...
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