Vejo pássaros num céu sem nuvens
Em que um sol se explode em mil cores
Uma explosão feita de alegria
Enfeitada de muitos e muitos amores
Vejo declarações de paz assinadas
Em um mundo que se acabou a tristeza
Um novo mundo sem velhos erros
E sem aquela velha incerteza
Maldito relógio que despertou
e me acordou dessa utopia...
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Todo poeta é um louco
Mesmo se está disfarçado
Ele dá piruetas e faz caretas
Quando não é observado
Se o filmassem assim
Ficaria bem complicado
Com o seu psiquiatra
Já tinha encontro marcado
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Um estalo de dedos
Um flash explodindo
O repente chegou!
Aonde estiver não importa
Preciso escrever rápido!
A inspiração não avisa
E nem se demora...
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Moço, me dá um trocado?
Uma moedinha só já basta,
é mais do que o suficiente...
Não é para comprar bebida
e nem para comprar doce...
Poderia ser para comprar pão,
mas já me acostumei com a fome...
Poderia querer viajar por aí,
mas uma moeda só não dá...
Moço, me dá um trocado?
É para guardar a moedinha no bolso
e fingir que é um sonho que guardei...
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Transborda pela borda
nem eu mesmo sabia
o que aconteceria
se não fossem uns versos vadios
por esses dias feios e frios
Nas praças não há pombos
só folhas e seus tombos
Um coro infantil fala sandices...
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Um coro de bobos
Na perfomance da moda
A nudez disfarçada
De almas mortas
Tudo se vende
Os brechós estão cheios
Os camelôs precisam comer
A máquina do mundo também
As engrenagens precisam
Estar lubrificadas com sangue
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o que falta o que sobra
um mundo de acentuação trocada
figuras de linguagem erronêas
nossa idiotice contumaz
os tiros saindo pela culatra
os gatos entrando na tuba
e os siris em seu desespero na lata
o que acerta o que erra
uma sociedade de contra-sensos
onde quem é pior vale mais
caprichem nos seus desafinos
aí vem o politicamente abjeto
nunca ponha a mão no fogo
para não vir a virar churrasco
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