Seu Salvador, tão tranquilo,
Na bicicleta pelas ruas,
Sua simpatia silenciosa,
Mesmo esfriando os pastéis eram gostosos,
Cheios de carne,
Feitos pelas mãos mágicas de dona Dora.
A casa pequena nos fundos onde moramos
E papai deixou-me desmontar o despertador.
O velho bar do lado,
De onde ele me tirava da cadeirinha da bicicleta
E me colocava sentado no balcão.
Xaxaxa, pai, xaxaxa.
Lá no final da rua a antiga escola
Em frente ao mar, ao lado da igreja.
Dona Dora, tão apressada,
De tirar os elefantes de porcelana
Com suas correntinhas douradas
Quando eu aparecia por lá,
O medo de que eu quebrasse tudo
Que ficava em sua penteadeira no quarto.
A parada de circo que eu desmaiei
Bem na cadeirinha da bicicleta
Pois não aguentei o cheiro da bosta dos leões,
Igual quando fomos ao na excursão ao zoológico.
Beco Zé Coqueiro ou José Coqueiro, sei lá.
Não há mais pastel, nem seu Salvador, nem dona Dora,
Acho que nem os elefantes nas correntinhas.
Mas o menino continua aqui por enquanto.
Xaxaxa, pai, xaxaxa...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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