Ainda que fale atrocidades
- não mentirei
Gosto que os azuis azuis sejam
e apenas isso...
Mesmo que o tempo destrua
guardo em meus bolsos
Como uma solidão que dói
pois é espinho...
Muitos foram o espinhos
e mesmo assim cerrei os punhos...
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Todas as juras se acabaram
Estou numa grande fila
Como todos os idiotas
Não preciso de mais precisão alguma
Talvez um tiro ou outro
Acabe finalmente acertando o alvo
Vez ou outra antigos crochês impossíveis
Ainda me fazem chorar...
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Não dá para esconder
As provas do meu crime estão evidentes
O sangue tinge minhas mãos absurdamente
E apenas um ar tem pena de mim...
Eu não esperei a chuva cair
Usei o sol como testemunha ocular
Para o mais hediondo de todos os crimes -
Eu mesmo matei meu sonho...
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Queria poemas leves
queria sim
Bordados à mão
com alguma inocência
ou primitivismo
Queria poemas doces
sem dúvida
como uma ternura
que até me doesse
Queria manhãs eternas
como outros poetas
mas somente a tristeza
bateu em minha porta
e tive que abrir a porta...
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Todo eterno é comum
vejam o azul e saibam
Mesmo teorias contra
lá está como sempre
Toda ternura dói mesmo
mesmo assim queremos
A simplicidade vem
sem nos avisar
Toda lembrança aflige
mesmo quando esquecemos...
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Rápido como um caracol o tempo anda
Ele parece rápido, mas não é
Ele parece ser cruel, mas obedece ordens
Somos nós, os grandes iludidos,
Que o manipulamos em nossas mãos
E geralmente isso pode ser ruim
Pois sempre o perdemos em vão...
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O pássaro em meu coração ferido está
Recebeu uma pedra malvada e caiu
Foi ao chão e ao céu não retornou
Não cantará mais suas canções
Nem poderá mais alegrar os dias
Quem foi esse menino malvado que fez isto?
Esse menino malvado tem o meu nome...
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