quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Poema das Cortinas


Cortinas amigas onde brinco escondido
Ai de mim que sofro porque tenho vivido
Cortinas comportadas e bem silenciosas
Ai de mim e minhas feridas mais dolorosas

As cortinas são sombras mais esparsas

São o próprio teatro com as suas farsas
São o próprio tempo o tempo em tudo
Vamos ouvir o discurso de um surdo-mudo

Cortinas amigas onde escondo meu choro

Ai de mim que nem ao menos tive namoro
Cortinas bem vestidas com um véu colorido
Ai de mim que sofro porque tenho vivido

As cortinas escondem a tristeza do nosso dia

São o próprio teatro com toda a sua poesia
São o próprio respirar até não poder mais
Muitos dias de guerra e poucos dias de paz

Cortinas amigas onde vivo escondido

Ai de mim que sofro porque tenho vivido
Cortinas comportadas e mais silenciosas
Ai de mim no meu enterro coloquem rosas...

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