quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Passos Passados No Passado


Eu deito em jornais e durmo na calçada em noites frias e vazias. Aproveito as chuvas para ficar molhado até os ossos. Sujo muito meus pés no barro de velhas ruas em dias de muito frio. São apenas passos e passos são assim mesmo...
Enterros com voluntárias carpideiras sem vintém algum e trabalho caprichado. A última visão de rostos entre flores no sono mais terrível. Eu choro quando certas cenas que não me lembro colocam suas mãos para fora no lago da memória. Despedidas sempre doem e são apenas despedidas...
Conversas em bares que já fecharam sem ter acabado o expediente e nem a cerveja. Foram loucuras que não mais praticamos porque o corpo não mais obedece as ordens agendadas. Eu sou o último bêbado indo para casa e amanhece...
Olhos olhando para uma escuridão sem limites e que faz tanto e tanto mal. Eles entortaram com o fogo mal colocado inocentemente e agora não adianta se voltarão ao seu lugar. De azuis ficaram quase que negros. E como enxergam tão pouco...
Um amor desesperado como em folhetins baratos de feiras impossíveis. O rosto mais lindo que poderia se ver em algum tempo. E um adeus sem adeus para todo o sempre. Onde estará ninguém sabe...
Que os deuses me ajudem e façam propícios meus discursos para as plateias mais cheias. E as minhas ideias sejam altas como as nuvens que estão nos céus quase todos os dias. E meus versos os mais loucos possíveis...
Eu como os doces que deram e morro aos poucos como quem viaja. Vamos aos portos de cada coração ver navios que chegam e partem. Vontades que nascem mesmo que abortadas. São lindas todas as águas mesmo que mortas...

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