sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Innsaneana Brasileira Número 89 - Magic

Estrelas sentimentais nunca cairão. E olharemos sempre ao alto para poder vê-las. Os símbolos são o maior engano da praça. São o que são. Exatamente exatos como tudo deveria assim o ser. Eu escolho palavras. Como quem colhe espinhos com muito carinho dentro de um roseiral. Eu ando por milhares de léguas. Sem alguma trégua. E tudo é por acaso até o ser. Não me condenem e nem se afastem de mim. Eu preciso ser incomodado em doses homeopáticas. Cada grão de poeira é um detalhe preciso. Eu ainda preciso de lágrimas. Dos rios que percorrem meu rosto. Rios amazônicos talvez com certeza. E muito calor para os dias frios. Nada mais importa senão delicadas insignificâncias. Aqui mesmo em algum lugar conhecido que desconheço. Foi tão bom mesmo sendo um pesadelo. Fique aí com suas muitas moedas nos bolsos. Mortos não tem bolso nem teoremas para comprovar. É tudo sono. E os sonos são mais fortes que as avalanches que cobrem as aldeias e fazem sucesso em rede nacional. Há muitas transformações por aí. E o idiota também pode ser o herói do dia. E a clareza pode enceguecer os olhos mais que o nevoeiro em Londres. Filmes antigos é o que temos. E o que podia ser mais bonito se tornou o mais feio. Juramos de pés juntos que acreditamos em tudo. Mas as dúvidas acabam indo conosco para a cama. Faça da maneira mais incorreta o incorreto. E vamos brincar de vice-versa até cansarmos o fôlego. Pouco há para ser dito. Faltam aves-marias e padre-nossos em nossos parcos depósitos. Cada refeição acaba sendo a última e por isso mesmo tem a saudade como tempero principal. Modestamente sou o melhor dos melhores. E minha teimosia é bem vinda todas as vezes que quiser vir me visitar. Nem precisa bater palmas no portão. Guarde suas palmas para me aplaudir. Mesmo quando o tombo magistral não foi de propósito. É que eu bebi muito na semana passada. E a embriaguez teima em nunca mais sair de nossas vistas. Quando e onde e por que. Há muitos trios que fazem frios e não economizaremos em seus plurais. É o erro de bom tamanho. E o soco que cada cotidiano deveria levar. Nada mais ou nada menos. Eu devolvo seus presentes e faço presente minha perseguição. Sou cruel como todo mundo e tento até ser um pouco mais. Vá que as coisas melhorem e pelo menos uma vez a maldade triunfe. Eu me canso pelos segundos segundos. E não sei onde vou parar. É que todas as convicções convenceram à si mesmas do contrário que queriam falar. Não é meu e nunca foram nossos o desencontro das idéias. É porque cada palhaço acaba tendo tintas diferentes e os pincéis ainda são trêmulos e insanos. Há venenos com bons aromas e outros com gosto ainda melhor. O esperanto espera. E já desisti de ser um bom menino fazem eras e eras. Só sei que ainda quero algumas flores e um pouco de ternura porque a minha já se acabou. Lemos velhas revistas em salas de espera. Tudo muda e até as mudas mudam de lugar. É assim mesmo. Alguns velhos amigos envelhecem mais da conta e outros são apenas eternos. Nada mais faço. À não ser brincar com as palavras até a hora de sua partida. Porque eu permanecerei em altos brados por todas as vogais e todas as consoantes que usei. Muitos poetas hão de existir e muitos filósofos e até alguns bêbedos profetas de final de semana. Duvido que com tanto amargo como eu. O meu amargo às vezes se traveste em belos doces. Não tente me comer. Eu mesmo o aviso. Há veneno em profusão na minha pobre inocência. Minha inocência não é como a dos pássaros e meus sonhos não podem ser descritos nem com os olhos. Morcegos e bacurais me caem bem melhor. E eu acabo imitando a imitação da imitação e faço isso todas as vezes que assim puder. Nada é diferente disso. As duas velhas senhoras se tornaram amigas. E o velho dragão troca elogios com seu Criador. Não mande mais cartas. Os correios agora só entregam contas. E afinal de contas são aquilo que esperamos. As estatísticas enlouqueceram e muitos panos escondem fantasmas bonitos que são os mais ruins. Paremos por aqui bem aqui e bem agora. Onde está a mágica? O cara da cartola que o diga...

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